São Paulo, segunda-feira, 01 de março de 2004

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MEMÓRIA

Estouro de bolha em 2000 levou a recessão mundial

DA REPORTAGEM LOCAL

Na segunda metade da década de 90, houve a formação de uma bolha (valorização excessiva dos preços de ativos sem base em fundamentos) nos mercados de ações norte-americanos, principalmente no setor de tecnologia.
Os preços dos papéis das empresas eram inflados por fluxos gigantes de investimento, sustentados, em larga medida, pelo endividamento crescente de cidadãos e empresas americanos. Os ganhos de produtividade acumulados nos anos 90 e o boom de empresas de tecnologia, muitas ligadas à internet, levaram a estimativas exageradas sobre as perspectivas reais de lucros das companhias.
Ainda em 1996, o próprio presidente do Federal Reserve (o banco central dos EUA), Alan Greenspan, chamou o fenômeno de alta das Bolsas de "exuberância irracional".
Greenspan, no entanto, é criticado por não ter combatido prontamente a bolha com um aperto na política monetária. Ele argumenta que não podia agir sem ter certeza de que se tratava, de fato, de uma bolha.
Insustentável, a bolha começou a estourar ainda no primeiro semestre de 2000, logo depois de ter atingido seu pico em março daquele ano. Os efeitos da gigante perda de patrimônio dos investidores foi uma das principais causas da recessão vivida pelos EUA em 2001.
Atualmente, no cenário de taxas de juros muito baixas nos EUA, analistas falam novamente da existência de uma bolha tanto no mercado de ações como no de imóveis. Especialistas temem os efeitos de um possível estouro dessas novas bolhas caso o Fed comece a elevar as taxas de juros no país. O principal motivo da apreensão é o crescente endividamento das famílias no país.
Em outras palavras, se os preços das ações despencarem, as perdas de investidores serão novamente enormes, o que tende a provocar efeitos negativos sobre o desempenho da economia, como no passado.



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