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Lula falará a Bush sobre altas taxas para etanol, diz Amorim
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse
ontem que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva deverá falar ao colega americano George
W. Bush, que visita o Brasil nos
dias 8 e 9 de março, sobre as
elevadas taxas cobradas nas
importações de etanol.
"De que forma o assunto será
tratado eu não sei. Se será insinuado, cobrado, mas de alguma
maneira será discutido, embora sem a expectativa de que seja
resolvido agora", afirmou.
De acordo com o chanceler, o
etanol será discutido em três
aspectos. O primeiro é a padronização do produto que está
sendo formulada conjuntamente entre os dois países, os
maiores consumidores e produtores de etanol. O objetivo é
evitar que cada país desenvolva
seu próprio padrão, criando
barreiras para a exportação.
Outro aspecto é a troca de
tecnologias, "com proteção dos
conhecimentos e patentes brasileiras", e o desenvolvimento
conjunto de novas tecnologias.
Além da cooperação entre o
Brasil e EUA para a produção
de etanol em outras regiões como Caribe, América Central e
África. A idéia é que o Brasil
forneça tecnologia e capacitação, e os EUA, financiamento.
O Haiti será outra prioridade.
O Brasil quer a ajuda do governo americano não somente para estimular a produção de etanol naquele país, mas para
ações imediatas com o objetivo
de melhorar os indicadores sociais da ilha. "As tropas brasileiras tornam as ruas mais seguras, mas é preciso construir escolas e, para isso, não temos
muito dinheiro", disse.
Na quinta-feira, um dia antes
da reunião entre Lula e Bush,
Amorim se encontra com a secretária de Estado americana,
Codoleezza Rice, para tratar
desses assuntos. No sábado, ele
continua em São Paulo, onde
ocorre o encontro presidencial,
para discutir a rodada Doha de
liberalização de comércio mundial com a secretária de Comércio, Susan Schwab.
Amorim disse que "o Brasil
tem a oferecer a sua própria
postura, um país democrático,
respeitador da imprensa livre e
que tem uma política social importante".
(CLÁUDIA DIANNI)
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