São Paulo, sábado, 01 de abril de 2006

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Governo se divide sobre derrubar ou não relatório final da CPI dos Correios

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo está dividido quanto aos procedimentos a serem adotados na votação do relatório final da CPI dos Correios. Jaques Wagner, que deixou ontem o Ministério de Relações Institucionais, e Tarso Genro, seu substituto, apóiam a apresentação de um documento alternativo pelos petistas, enquanto o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) defende mudanças pontuais no texto.
Wagner ameaçou processar o relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) por calúnia e difamação. O relatório afirma que a empresa GDK contou com a ajuda de Wagner para fechar um contrato com a Petrobras.
"Minha filha efetivamente trabalha lá, e eu recebi, dentro da normalidade, contribuição da GDK. Daí intuir que eu beneficiei a GDK é uma ilação. Eu não sei de onde ele tirou isso, eu nunca negociei nenhum contrato da GDK com a Petrobras", disse Wagner.
O PT já anunciou que apresentará relatório paralelo. Para isso, precisa derrubar o documento de Serraglio. "Acho que isso não é radicalizar, o PT está agindo de maneira sóbria", afirmou Tarso.
A pedido de parlamentares moderados, o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), recorreu anteontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas foi recebido por Thomaz Bastos.
A intenção é convencer os petistas a negociar mudanças pontuais no texto. Thomaz Bastos teria concordado que a repercussão da derrubada do relatório seria pior do que a manutenção do texto. Principalmente porque o documento poupou Lula, afirmando que não há provas de que foi omisso no caso "mensalão".
A votação está prevista para terça. Tucanos e pefelistas aceitam alterar alguns pedidos de indiciamento. O PT não aceita deixar no texto que o "mensalão" existiu.


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