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Governo se divide sobre derrubar ou não relatório final da CPI dos Correios
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo está dividido quanto
aos procedimentos a serem adotados na votação do relatório final
da CPI dos Correios. Jaques Wagner, que deixou ontem o Ministério de Relações Institucionais, e
Tarso Genro, seu substituto,
apóiam a apresentação de um documento alternativo pelos petistas, enquanto o ministro Márcio
Thomaz Bastos (Justiça) defende
mudanças pontuais no texto.
Wagner ameaçou processar o
relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) por calúnia e difamação. O
relatório afirma que a empresa
GDK contou com a ajuda de
Wagner para fechar um contrato
com a Petrobras.
"Minha filha efetivamente trabalha lá, e eu recebi, dentro da
normalidade, contribuição da
GDK. Daí intuir que eu beneficiei
a GDK é uma ilação. Eu não sei de
onde ele tirou isso, eu nunca negociei nenhum contrato da GDK
com a Petrobras", disse Wagner.
O PT já anunciou que apresentará relatório paralelo. Para isso,
precisa derrubar o documento de
Serraglio. "Acho que isso não é radicalizar, o PT está agindo de maneira sóbria", afirmou Tarso.
A pedido de parlamentares moderados, o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS),
recorreu anteontem ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, mas foi
recebido por Thomaz Bastos.
A intenção é convencer os petistas a negociar mudanças pontuais
no texto. Thomaz Bastos teria
concordado que a repercussão da
derrubada do relatório seria pior
do que a manutenção do texto.
Principalmente porque o documento poupou Lula, afirmando
que não há provas de que foi
omisso no caso "mensalão".
A votação está prevista para terça. Tucanos e pefelistas aceitam
alterar alguns pedidos de indiciamento. O PT não aceita deixar no
texto que o "mensalão" existiu.
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