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Não houve como se defender, diz mulher de líder
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ORTIGUEIRA
A mulher do líder do
MST Eli Dallemole, Liane
Zelir Dallemole, 38, disse
que seu marido não teve
tempo de se defender. Ela
afirmou que assistia à TV
ao lado do marido, no sofá,
quando ela viu dois homens encapuzados entrando na varanda da casa.
"Eles gritaram: "É um
assalto". Meu marido foi
levantar e recebeu o primeiro disparo. Ficou ali,
estendido e sendo alvejado pelos dois."
Ela disse que, ao ver o
primeiro encapuzado,
pensou ser um vizinho. "É
comum, no frio, o pessoal
do assentamento, que tem
moto, aparecer de capuz,
mas eles vieram a pé."
Liane afirmou que um
dos homens mirou a arma
na direção dela, que correu para o quarto onde estava o filho Kennedy, 19.
"Mas eles queriam só o Eli,
ficaram atirando nele por
um tempo que pareceu
uma eternidade. Quando
parou, gritei pelo meu filho, que estava com um
amigo no outro quarto ouvindo música. Nisso, eles
sumiram. Foi rápido."
Além de Kennedy, o casal tem outros dois filhos:
Wagner, 15, e Matheus, 11.
A família vive no assentamento Libertação Camponesa, onde produzem
milho, feijão e arroz. Liane
está 19 anos no MST.
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