São Paulo, quarta-feira, 01 de abril de 2009

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Gabrielli critica critério usado por tribunal na análise de refinaria

DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, negou ontem que tenha havido superfaturamento nas obras iniciais da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, conforme apontou o relatório do TCU (Tribunal de Contas da União). Segundo o executivo, o TCU utilizou critérios que não são compatíveis com as especificidades e com a complexidade da construção de uma refinaria.
"Não admitimos que haja nenhum superfaturamento e estamos em discussão com o TCU sobre essa questão. O TCU usou uma tabela do departamento nacional de estradas, que não leva em consideração as especificidades de uma refinaria", afirmou Gabrielli, após palestra promovida pelo Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças).
O TCU apontou que houve um sobrepreço de R$ 53 milhões no valor contratado para os serviços de terraplenagem. A empresa responsável por essa fase da obra é a Camargo Corrêa, principal alvo das investigações da Operação Castelo de Areia, deflagrada pela PF.
O suposto superfaturamento da obra veio à tona na semana passada com a ação da PF, na qual foram presos funcionários da empreiteira. Em seguida, a Petrobras anunciou a suspensão dos pagamentos relativos à obra que vinham sendo feitos.
A análise do TCU acirrou os ânimos da oposição no Congresso, que pressiona pela instalação de uma CPI para investigar os contratos da estatal. A bancada do DEM na Câmara se reúne na próxima quinta para discutir a CPI.
Gabrielli minimizou a movimentação da oposição. "Estão politizando. Não temos nada a ver com o que o DEM está ou não fazendo. Estamos discutindo com o TCU nossos critérios de preços de terraplenagem. Não podemos considerar que os mesmos critérios de terraplanagem de uma refinaria sejam iguais aos de uma estrada em qualquer lugar do país", afirmou ele.
A refinaria de Pernambuco, no porto de Suape, estava orçada em US$ 4 bilhões, mas a própria Petrobras reconhece que o valor está defasado e que a obra custará mais por conta da alta do custo dos equipamentos e serviços nos últimos dois anos.


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