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Gabrielli critica critério usado por tribunal na análise de refinaria
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
O presidente da Petrobras,
José Sérgio Gabrielli, negou
ontem que tenha havido superfaturamento nas obras iniciais
da refinaria Abreu e Lima, em
Pernambuco, conforme apontou o relatório do TCU (Tribunal de Contas da União). Segundo o executivo, o TCU utilizou critérios que não são compatíveis com as especificidades
e com a complexidade da construção de uma refinaria.
"Não admitimos que haja nenhum superfaturamento e estamos em discussão com o TCU
sobre essa questão. O TCU
usou uma tabela do departamento nacional de estradas,
que não leva em consideração
as especificidades de uma refinaria", afirmou Gabrielli, após
palestra promovida pelo Ibef
(Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças).
O TCU apontou que houve
um sobrepreço de R$ 53 milhões no valor contratado para
os serviços de terraplenagem. A
empresa responsável por essa
fase da obra é a Camargo Corrêa, principal alvo das investigações da Operação Castelo de
Areia, deflagrada pela PF.
O suposto superfaturamento
da obra veio à tona na semana
passada com a ação da PF, na
qual foram presos funcionários
da empreiteira. Em seguida, a
Petrobras anunciou a suspensão dos pagamentos relativos à
obra que vinham sendo feitos.
A análise do TCU acirrou os
ânimos da oposição no Congresso, que pressiona pela instalação de uma CPI para investigar os contratos da estatal. A
bancada do DEM na Câmara se
reúne na próxima quinta para
discutir a CPI.
Gabrielli minimizou a movimentação da oposição. "Estão
politizando. Não temos nada a
ver com o que o DEM está ou
não fazendo. Estamos discutindo com o TCU nossos critérios
de preços de terraplenagem.
Não podemos considerar que
os mesmos critérios de terraplanagem de uma refinaria sejam iguais aos de uma estrada
em qualquer lugar do país",
afirmou ele.
A refinaria de Pernambuco,
no porto de Suape, estava orçada em US$ 4 bilhões, mas a própria Petrobras reconhece que o
valor está defasado e que a obra
custará mais por conta da alta
do custo dos equipamentos e
serviços nos últimos dois anos.
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