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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Partido condiciona recomposição com PSDB à troca de Serra
PFL segue sem candidato e
descarta Ciro e Garotinho
RAYMUNDO COSTA
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após mais de três horas de conversa anteontem no Palácio do Jaburu, o PFL praticamente descartou a hipótese de apoiar Ciro Gomes (PPS) ou Anthony Garotinho
(PSB) na eleição presidencial.
Mas, embora nenhum veto explícito tenha sido feito a José Serra,
ainda condiciona uma recomposição eleitoral com o governo à
mudança do candidato do PSDB.
Houve consenso de que o melhor para a legenda será ficar sem
candidato à Presidência -tese
que agrada aos partidários de Serra. Mas a sigla vai esperar até 6 junho para se definir oficialmente.
Até lá, cada ala vai tentar fazer
prevalecer seu ponto de vista. Minoritários na cúpula, os que defendem o apoio a Serra esperam
que, nestes 35 dias, a rejeição ao
tucano diminua na direção e nas
bancadas. A outra ala espera que
o tempo comprove a suposta inviabilidade eleitoral de Serra.
A reação negativa dos mercados
ao crescimento da candidatura de
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) serve de pretexto tanto para quem
quer apoiar Serra como para
quem quer vê-lo substituído para
permitir a recomposição eleitoral
do PFL com o governo.
A defesa mais enfática do apoio
a Serra partiu do governador Jaime Lerner (PR). Segundo ele, ao
contrário de partidos como o
PMDB, o PPB e o PTB, o PFL não
apóia o governo, o PFL é governo,
e foi eleito juntamente com o presidente Fernando Henrique Cardoso. E Serra é o único pré-candidato que manifestou a intenção
de dar continuidade aos programas do governo, que são, na sua
opinião, os programas do PFL.
O ex-senador Antonio Carlos
Magalhães patrocinou a outra tese. Ele insistiu que o tucano perderá a eleição para Lula.
O governador do Tocantins, Siqueira Campos, amenizou o discurso pró-Serra. Disse que sua
posição sempre fora de apoio a
FHC. O anfitrião Marco Maciel,
que em Pernambuco é aliado do
PSDB, não defendeu posição.
O senador licenciado Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL,
apresentou aos principais líderes
os resultados da consulta a 118 deputados e senadores, segundo a
qual 87% da bancada apoiaria outro candidato do PSDB, se não
fosse Serra. A cúpula torceu o nariz para a opção Silvio Santos, que
nunca teve nenhuma atuação
partidária, embora seja filiado.
A hipótese de apoio a Ciro também perdeu peso. ACM, seu principal patrocinador, acha que ela
somente seria viável se o pré-candidato afastasse o senador Roberto Freire (PPS-PE) do comando
da campanha. As tentativas do senador José Sarney (PMDB-AP)
para tentar evitar a aliança do
PMDB com o PSDB, o que poderia inviabilizar Serra, também não
são levadas muito a sério no PFL.
No que se refere a Garotinho,
um episódio regional desperta a
atenção pefelista: Eduardo Campos (PSB-PE), neto de Miguel Arraes, desistiu de concorrer ao governo de Pernambuco. Isso pode
sinalizar uma reaproximação de
Arraes com o PT. Se confirmado,
será o maior embaraço para a
candidatura de Garotinho.
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