|
Texto Anterior | Índice
RIO DE JANEIRO
Governo alega déficit nas contas do Estado
Benedita suspende os reajustes de salário concedidos por Garotinho
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
A governadora do Rio, Benedita
da Silva (PT), determinou a suspensão e a revisão de reajustes salariais concedidos por Anthony
Garotinho (PSB), seu antecessor,
antes de se licenciar em abril para
concorrer à Presidência.
O governo alega não ter dinheiro para manter os aumentos, que
somariam R$ 16 milhões mensais,
e que precisa adequar os gastos
com pessoal às exigências da LRF
(Lei de Responsabilidade Fiscal).
"É certo que os aumentos de salários foram um ato político que
comprometeu o orçamento do
Estado. Agora temos de rever essas medidas porque temos um
déficit muito grande", disse.
Benedita acompanhou ontem o
presidenciável petista, Luiz Inácio
Lula da Silva, em visita ao Rio e a
Rezende (160 km da capital).
Estudo realizado pelas secretarias de Fazenda e Controle do governo informa que, se fosse mantida a previsão de gastos e empenhos deixada por Garotinho, o
déficit nas contas do Estado até o
final do ano seria de R$ 1,3 bilhão.
"Temos de ver a legalidade desses reajustes, identificar eventuais
distorções e ver se não há impedimentos à luz da lei. É uma medida
preventiva", afirmou René Garcia
Jr., secretário de Controle.
Garcia Jr. disse que os aumentos
atingem funcionários de oito a
dez empresas da administração
indireta, mas não soube dizer
quantas pessoas serão afetadas.
Segundo ele, a folha de servidores
ativos é de R$ 520 milhões.
Com o decreto publicado no
"Diário Oficial" de ontem, os servidores beneficiados não receberão o aumento referente a abril.
Os processos serão examinados
pelo Cogepe (Comitê de Política
Salarial de Gestão de Pessoas),
que tem 30 dias para emitir uma
avaliação sobre os aumentos.
O ex-secretário de Administração de Garotinho, Hugo Leal, disse que, "num governo, os atos são
administrativos e são políticos".
Ele disse que os aumentos concedidos resultaram de recomposições salariais reivindicadas pelos funcionários e não provocarão
déficit ou problemas com a LRF.
Colaborou SABRINA PETRY, enviada
especial a Rezende
Texto Anterior: Caso Sudam: Delegado afastado quer processar procurador Índice
|