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RETÓRICA OFICIAL
Em Ribeirão Preto, presidente elogia a gestão do peemedebista, aliado de seu governo, e repete piada
Sarney cuidava de estradas, FHC não, diz Lula
JULIA DUAILIBI
ENVIADA ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO (SP)
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva citou ontem de forma elogiosa o governo de José Sarney
(1985-1990). E voltou a criticar a
gestão Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) em razão dos
gargalos na infra-estrutura que
diz ter encontrado ao assumir.
Ao afirmar que, "nos últimos
anos, nem a manutenção das estradas foi feita", Lula disse que o
período em que mais houve recuperação foi no governo Sarney.
"Vamos começar a recuperar
7,8 mil km. É importante começar
a lembrar que antes deste ano, o
ano com mais recuperação de estradas, no total, foi no governo
Sarney, quando foram recuperados 5 mil km", afirmou, em visita
à Agrishow, em Ribeirão Preto
(SP), na companhia dos ministros
Antonio Palocci (Fazenda) e Roberto Rodrigues (Agricultura).
Para um público de cerca de 200
empresários e produtores rurais,
o presidente disse que o país "não
estava tão preparado como parecia estar para a competitividade".
Segundo Lula, "nossos gargalos
para exportação estão truncados". "Na medida em que o Brasil
cresce um pouco mais, nós temos
problemas sérios nos portos."
Importante aliado do governo e
atual presidente do Senado, Sarney (PMDB-AP) pleiteia a reeleição. Sem consenso em seu partido, pretende ter o apoio de Lula.
Em Brasília, Sarney também se
referiu ao presidente, dizendo que
"alguns setores do país estão sendo mais severos e exigentes com
Lula do que em outros momentos". Afirmou ainda que não tem
""fobia" de seguir na presidência
do Senado após o término de seu
mandato, em fevereiro de 2005.
""Aceitei ser candidato a presidente do Senado [em fevereiro de
2003] para ajudar o governo. Não
tenho fobia de continuar, mas, a
essa altura, não vou entrar em luta
para ser presidente novamente."
Sarney também voltou a defender um reajuste para o salário mínimo maior do que o anunciado,
mas rebateu críticas a Lula. ""Todo
governo vive suas circunstâncias,
e o presidente está fazendo o que
pode. Tem enfrentado dificuldades e está se saindo muito bem."
Piada velha
Quatro dias após evento no
ABC paulista, Lula praticamente
repetiu o discurso em Ribeirão, e
até as piadas. A platéia, porém,
era outra. Havia moradores de
bairro carente da cidade. "Dor de
dente no Brasil é coisa de pobre,
porque rico cuida dos dentes do
dia que nasce até o dia que morre.
O pobre não tem condições de fazer obturação", disse, destacando
plano de saúde bucal do governo.
Na segunda, ao também apresentar programa de atendimento,
havia dado o mesmo exemplo.
Colaborou RAQUEL ULHÔA, da Sucursal
de Brasília
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