|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUSTIÇA ELEITORAL
Ele responde a outro processo no TSE
Roriz ainda pode perder mandato, afirma vice-procurador eleitoral
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O vice-procurador-geral eleitoral, Roberto Gurgel, disse que o
governador do Distrito Federal,
Joaquim Roriz (PMDB), corre risco de ser condenado à perda do
cargo pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em outro processo,
movido pelo PT, porque o uso da
máquina administrativa na campanha de 2002 estaria mais evidente nesse caso do que no julgado anteontem.
Anteontem à noite, o tribunal
rejeitou a cassação do mandato de
Roriz pedida pelo Ministério Público por desvio de dinheiro público para a reeleição, em 2002.
Por 5 votos contra 1, considerou
que não havia provas suficientes
de abuso de poder econômico e
político. As principais provas
-notas fiscais- deveriam ter sido periciadas.
Na terça, o TSE condenou o senador João Capiberibe e a mulher
dele, Janete Capiberibe, ambos do
PSB do Amapá, à perda do mandato por compra de votos, que teriam custado R$ 26. O casal anunciou que recorrerá.
Roriz também responde a inquéritos criminais no STJ (Superior Tribunal de Justiça) abertos
para apurar suspeitas de envolvimento em grilagem de terras, descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e desvio de dinheiro público, entre outros.
No processo movido pelo PT no
TSE, ele é acusado de praticar 33
irregularidades nas últimas eleições, principalmente de uso da
máquina administrativa e de
compra de votos.
Por exemplo, teria mandado
carta a moradores de condomínios irregulares prometendo regularização e a venda dos lotes a
preço simbólico se eleito. Oferecer dinheiro ou bem em troca de
voto significa tentar comprá-lo.
A defesa de Roriz disse que as
provas são inconsistentes e que
dois dados objetivos comprovariam esse fato: o TRE rejeitou todas as acusações, e o TSE examinou mais de um terço delas e também as negou.
O novo julgamento interessa ao
PT, porque o candidato petista ao
governo do Distrito Federal, Geraldo Magela, foi derrotado por
Roriz no segundo turno. Nessa
condição, ele tem esperança de
assumir a vaga. Não há previsão
de data para o novo julgamento.
No processo do PT, Roberto
Gurgel já deu parecer pela cassação. No caso julgado anteontem,
ele foi o próprio autor da acusação. O relator é o mesmo, o ministro Carlos Velloso, que votou pela
absolvição no primeiro.
"No recurso julgado ontem [anteontem], o tema é muito relevante, mas os fatos eram limitados.
No outro, fica ainda mais clara essa linha de conduta do governador no sentido de usar a máquina
administrativa. Alguns fatos não
ficaram adequadamente demonstrados. Mas, no conjunto, fica
muito evidente a seqüência de
atos para se beneficiar."
Texto Anterior: Reforma aos pedaços: Súmula vinculante tira assessor da Justiça Próximo Texto: Campo minado: Falta de verba leva dirigente do Incra a sair Índice
|