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Até uso de "palhaço" é criticado
Governo lança manual "Politicamente Correto"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo iniciou ontem a distribuição de 5.000 cartilhas intituladas "Politicamente Correto",
um pequeno manual que lista expressões do dia-a-dia que devem
ser evitadas pela conotação pejorativa ou discriminatória para determinados grupos da sociedade.
Alguns exemplos são inesperados: não se deve chamar de "palhaço" uma pessoa pouco séria ou
de "barbeiro" o mau motorista,
porque os termos ofenderiam os
profissionais dessas áreas.
Organizado pela Secretaria de
Direitos Humanos, o guia é dirigido a formadores de opinião: políticos, jornalistas e professores. A
preocupação é evitar ofensas que
podem passar despercebidas contra homossexuais, negros e mulheres. Entre os termos vedados
estão: sapatão, veado, baitola e gilete -referente ao bissexual.
No quesito racial, há ressalvas
sobre a palavra "negro", que pode
ser usada de forma ofensiva, mas
"neguinho" ou "minha preta" são
aceitos como expressões carinhosas. Dizer que "a coisa ficou preta" é inaceitável para designar
uma situação negativa.
O manual sugere evitar o termo
"xiita", ramo do Islã, para caracterizar "militantes radicais e inflexíveis". A expressão é usada no
meio político para designar a esquerda radical. Chamar alguém
de comunista também pode ser
insulto, para o governo, devido a
calúnias para justificar campanhas de perseguição. Em contrapartida, também se considera
"reacionário" um insulto para os
conservadores.
A cartilha ainda considera que
os insultos têm natureza classista,
indicando que "ladrão" é usado
para pobres e "corrupto" para ricos. "Todas as generalizações são
perigosas. Quantas vezes não ouvimos, numa manifestação ou
protesto: isso é coisa de "petista'?",
disse o subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Perly Cipriano.
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