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MUDANÇAS CONSTITUCIONAIS
Para líder do PFL, emendas estarão aprovadas até janeiro de 98
Inocêncio prevê atraso nas reformas
MARTA SALOMON
da Sucursal de Brasília
O líder do PFL, deputado Inocêncio Oliveira (PE), contrariou
ontem os planos do governo e disse que as reformas constitucionais
propostas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso não estarão
concluídas antes do final do ano.
``Isso é a ansiedade de quem
quer começar logo a segunda etapa do seu governo, mas, a partir de
janeiro, ele vai poder'', calculou o
líder, referindo-se à pressa manifestada por FHC em reuniões com
13 governadores, nas noites de segunda e terça-feira.
O novo atraso previsto pelo líder
pefelista no cronograma traçado
pelo Planalto deve ser a principal
consequência da difícil convivência entre os aliados políticos do Palácio do Planalto.
Num relato do encontro de governadores tucanos com Fernando Henrique, Tasso Jereissati (CE)
insistiu na determinação de FHC
de concluir as reformas até julho,
"a qualquer custo, mesmo que seja para perder''.
No jantar de anteontem com governadores do PMDB, FHC pediu
apoio para concluir a votação da
reforma administrativa ainda no
mês de maio.
O mês de julho é considerado um
limite pelo governo porque o objetivo é vencer a etapa das reformas
constitucionais para começar logo
uma nova fase -empreendedora- da administração, um ano
antes do início da campanha eleitoral de 1998.
Estão em jogo no Congresso as
reformas administrativa, da Previdência Social, a emenda que prorroga o FEF (Fundo de Estabilização Fiscal), além do projeto que
permite a reeleição de FHC. Todos
exigem apoio de três quintos dos
deputados e senadores.
Parte dos aliados governistas já
defende a retomada do projeto de
reformas constitucionais em 1999.
O PSDB culpa abertamente o
PMDB pela dificuldade em aprovar a reforma administrativa. "O
problema (da base política do governo) é o PMDB, não tem outro'',
avaliou Jereissati, resumindo as
conversas do jantar de anteontem.
"O problema é de todos, é da reforma, que exige coragem e paciência'', reagiu o líder do PMDB,
deputado Geddel Vieira Lima
(BA), sem poupar os tucanos.
"O PSDB é o partido do presidente e poderia ter dado os dez votos que faltaram para evitar a derrota da reforma administrativa.''
Vieira Lima insiste em que a ala
governista do PMDB nunca prometeu unanimidade de votos do
partido em favor das propostas de
FHC. Entre 15 e 18 peemedebistas,
pelo menos, votam sistematicamente contra o governo.
Líder
Em outra frente de conflito na
base governista, Tasso Jereissati
disse que os tucanos não abandonaram os planos de substituir o líder do governo na Câmara (cargo
ocupado pelo pefelista baiano Benito Gama). ``É uma possibilidade
concreta'', afirmou.
O líder do PFL não estimula
qualquer mudança no comando
político do governo, tampouco
endossa as críticas dos tucanos ao
PMDB. "O PMDB não é problema, é solução'', disse Inocêncio.
Para tentar vencer as resistências
na base política do governo e reunir os 308 votos necessários na Câmara à quebra da estabilidade dos
funcionários públicos no emprego, FHC cobrou empenho dos governadores do PMDB e do PSDB
na nas próximas votações.
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