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Lopes pode ser julgado por conselho
da Sucursal do Rio
O Corecon-RJ (Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro) abriu ontem processo para julgar a conduta ética do economista
Francisco Lopes, ex-presidente do
Banco Central, no caso de suposto
esquema de venda de informação
privilegiada que vem sendo investigado pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bancos.
Se forem comprovadas irregularidades no comportamento de Lopes, o julgamento pode resultar na
cassação do registro profissional.
Serão julgados também os economistas responsáveis pelos bancos Marka, Francisco de Assis
Moura, e FonteCindam, Joaquim
Cândido Gouveia.
O processo foi aberto ontem a
pedido do vereador Eliomar Coelho (PT-RJ). O pedido se baseia no
capítulo 3 do código de ética do
Corecon, que estabelece as regras
de conduta que devem ser seguidas pelos profissionais.
"Vamos averiguar se os economistas faltaram com a ética e se algum dos 13 itens do código foi desrespeitado. Isso pode resultar em
desde uma advertência até mesmo
na cassação do registro profissional", disse o presidente do Corecon-RJ, Eduardo Mendes Callado.
O conselho vai analisar o comportamento ético dos economistas
durante a operação de socorro do
Banco Central aos bancos Marka e
FonteCindam, em janeiro. Na época, Lopes era presidente do Banco
Central e comandou o socorro às
duas instituições.
Callado não esclareceu, no entanto, quais pontos do código de
ética podem ter sido infringidos
pelos economistas.
O presidente do Corecon-RJ
adiantou que o prazo mínimo para
o julgamento de conduta dos envolvidos é de três meses.
Callado afirmou que, se for necessário, vai solicitar informações
à Polícia Federal e à CPI dos Bancos para concluir os trabalhos de
averiguação.
Envolvidos
Ele disse ainda que outros economistas envolvidos também poderão ser julgados pelo Corecon-RJ
se, ao longo das investigações, forem comprovadas irregularidades.
Um dos envolvidos no caso que
também poderia ser processado é
o economista Rubem Novaes, tido
como intermediário entre o Banco
Central e os dois bancos no suposto esquema de informações privilegiadas.
Novaes foi um dos acompanhantes do empresário Salvatore Cacciola, dono do Marka, em sua viagem para Brasília, em janeiro, para
pedir ajuda financeira do BC após
a desvalorização do real.
Outro acompanhante nessa viagem foi o também economista Sérgio Luiz Bragança, amigo do ex-presidente do BC Francisco Lopes.
Bragança também poderá ser julgado pelo Corecon-RJ, caso sejam
comprovadas irregularidades.
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