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EMPREITEIRAS
Empresa que ganhou obra no Acre seria de Amazonino Mendes
Licitação associa Cameli a
governador do Amazonas
XICO SÁ
da Reportagem Local
A licitação para as obras de
reforma da Penitenciária de
Rio Branco, que
começou a ser
investigada anteontem pela
Procuradoria da República no
Acre, é o novo alvo dos políticos de
oposição para tentar criar uma a
CPI estadual.
A obra seria a primeira ligação
financeira entre os governadores
do Acre, Orleir Cameli (sem partido), e o do Amazonas, Amazonino
Mendes (PFL) -acusados de intermediar a compra do apoio de
deputados do Acre à reeleição, segundo fitas reveladas pela Folha.
A penitenciária é a primeira obra
de porte, que conta com recursos
do governo federal, cujo processo
de licitação foi feito durante as discussões sobre o projeto que permite a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A licitação foi vencida pela Econcel, com sede em Manaus. O problema, segundo o procurador da
República no Acre, Ricardo Nakahira, é que a construtora enfrenta
uma denúncia considerada grave:
a empresa pertenceria ao governador Amazonino Mendes.
Segundo o empresário Fernando
Bomfim, ex-presidente da Ceam
(Companhia Energética do Amazonas), a Econcel - Construção
Civil e Elétrica seria mesmo do governador.
Confiança
Pessoa de confiança de Amazonino durante muitos anos, Bomfim exerceu também o cargo de
presidente da Econcel e conta que
era o seu "testa-de-ferro", ou seja,
aparecia oficialmente como dono
em negócios que não podiam ser
assumidos por Amazonino.
Bomfim tem em seu poder fitas
com gravações de conversas entre
ele e o filho de Amazonino Mendes, Armando Mendes, que comprovariam a denúncia.
Na fita, revelada pelos jornais
"O Globo" e "Correio Braziliense", o filho do governador revela,
durante uma reunião, que o pai é
dono da empresa.
O contrato da Econcel para as
obras de reforma da penitenciária
de Rio Branco tem um valor inicial
de R$ 3,4 milhões. O resultado da
licitação foi divulgado no "Diário
Oficial do Estado" do Acre no dia
22 de abril deste ano.
Nas fitas reveladas pela Folha sobre a compra de votos de parlamentares, o ex-deputado João
Maia, que renunciou após o escândalo, diz que existem "grandes
acertos" em obras entre Cameli e
Amazonino.
Falta um
A oposição ao governador do
Acre precisa apenas de mais uma
assinatura para conseguir criar
uma CPI na Assembléia Legislativa
para investigar a ligação de Orleir
Cameli com a compra de votos a
favor da reeleição.
Os adversários do governador
avaliam que o caso da construtora
Econcel era a novidade que faltava
para sensibilizar o deputado que
falta assinar a lista.
Com um total de 24 deputados
estaduais, apenas três pertencem à
oposição, mas outros quatro também assinaram o pedido de CPI, o
que deu esperança aos parlamentares que pretendem investigar o
escândalo do mercado de votos
dos parlamentares do Acre.
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