São Paulo, sábado, 01 de junho de 2002

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PAINEL

Olho no lance
O tom do discurso de Serra e do PSDB sofrerá variações de acordo com o desempenho do Brasil na Copa. Se a seleção for bem, a linha será o de que o "país está melhorando e que vai melhorar ainda mais". Se fracassar, a pregação será a de que "está na hora de corrigir os erros".

Meio de campo
Para os estrategistas do tucano, o desempenho do Brasil na Copa afeta muito o humor do eleitorado e o discurso tem de estar de acordo com a maré. Em 94, acreditam, se a seleção tivesse perdido o torneio, FHC teria demorado bem mais para ultrapassar Lula nas pesquisas.

Clima favorável
Na estréia do Brasil na Copa de 94 (20 de junho), Lula tinha 41% das intenções de voto contra 19% de FHC, no Datafolha. No início de agosto, após a final (17 de julho), FHC tinha 36% contra 29% de Lula, ultrapassando o petista pela primeira vez. O Plano Real, alavanca da eleição de FHC, foi lançado no dia 1º.

Roupagem ongueira
Serra convidou uma série de ONGs para participar da elaboração de seu plano de governo. O objetivo é evitar que apenas técnicos ligados ao governo participem do programa, o que reforçaria a impressão de que representa apenas o continuísmo.

Só na periferia
As principais áreas de ação das ONGs no programa de Serra são meio ambiente e infra-estrutura, onde técnicos de fora do governo já estão se reunindo com os coordenadores de campanha do presidenciável tucano.

Pequena desforra
Pesquisa feita pelo Ibope mostra que Tasso Jereissati (PSDB) tem 72% das intenções de voto para o Senado no Ceará. Aos amigos, ele ironiza: "Estou bem melhor do que o Serra".

Interesse regional
Miguel Arraes (PSB) recusou sondagem para ser vice na chapa de Garotinho. Prefere concorrer à Câmara e, com seus votos, ajudar a eleger outros três ou quatro deputados em PE.

Trio em luta
Ciro e Garotinho têm o mesmo diagnóstico para a sucessão: Lula já está no segundo turno. Quem quiser disputar com o petista tem de derrubar Serra.

Divisão combinada
A Frente Trabalhista, que apóia Ciro, não lançará candidato ao governo de SP nem ao Senado. Os partidos se dividirão entre o apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) e a Genoino (PT).

Braços abertos
Vereadores de Pindamonhangaba (SP), terra de Alckmin (PSDB), aprovaram moção considerando Paulo Maluf (PPB) persona non grata no município. Alheio ao "recado", o pepebista visitou ontem a cidade.

Notícias de um anão
O prefeito de Santo Amaro da Purificação (BA), Genebaldo Correia (PMDB), que renunciou ao mandato de deputado em 94 para não ser cassado pela CPI do Orçamento, está sendo investigado pelo Ministério Público sob suspeita de ter desviado R$ 18.920 de verbas do Fundef.

Santa festa
Genebaldo, que foi um dos chamados "anões" do Orçamento, é acusado de ter utilizado o dinheiro do fundo de desenvolvimento da educação para pagar o transporte de militares, grupos folclóricos e baianas na festa religiosa do município.

Vez do preconceito
Em busca de espaço na mídia como "candidato de direita" ao governo de SP, Fernando Fantauzzi (PST), quer barrar, alegando combate ao crime, o migrante que tentar entrar no Estado "sem emprego garantido". A proposta fere o direito de ir e vir, mas Fantauzzi quer polêmica.

TIROTEIO

De Eduardo Jorge, ex-secretário-geral da Presidência, sobre Cristovam Buarque (PT) ter dito, em julho de 2000, que gostaria de saber "quanto do dinheiro do TRT-SP foi parar na campanha do PMDB e do PSDB no DF, via Eduardo Jorge":
- O que eu gostaria de saber, e até agora ninguém sabe, é quanto do dinheiro da Asefe [associação de servidores do DF] e da Vale foi parar na campanha do PT em Brasília, via Mercadante e Cristovam.

CONTRAPONTO

Modelo fashion

No início da década de 70, o então governador de Pernambuco, Eraldo Gueiros, foi à cidade de São José do Egito, no interior, para inaugurar uma ponte.
Gueiros chegou à pista de pouso da cidade, na véspera do evento, acompanhado de Inocêncio Oliveira (PFL-PE), que na época já era deputado, e de assessores.
Assim que o grupo deixou o avião, uma rajada de vento jogou as gravatas do governador e acompanhantes por sobre os seus ombros. Todos andaram até a recepção do aeroclube com as gravatas nas costas.
No dia seguinte, na inauguração da ponte, o prefeito de uma cidade da região apareceu com sua gravata presa ao ombro por um alfinete.
Surpreso, o governador perguntou ao prefeito o motivo do detalhe inusitado:
- E não é moda? -retrucou o prefeito.



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