São Paulo, sexta-feira, 01 de junho de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

"Explicação" ou "vitória"

Com entradas ao vivo por Globo, Record e outras na televisão e por Bandeirantes, Jovem Pan e outras no rádio, o protesto das universidades estaduais foi a manchete de Folha Online, Terra e outros na web. Nos enunciados e locuções, coisas como "tensão", "confronto", "choque" e até "está quebrando o pau".
Desta vez só se abordou o trânsito paralelamente. O foco se voltou aos dois lados na disputa de estudantes, professores e funcionários com o governo estadual.
Em meio à cobertura sem fim, secretários estaduais se revezavam por todos os meios, até o programa "Brasil Urgente", para falar que o decreto de ontem é "explicação", sem recuo. E o movimento é "radical e autoritário", o protesto de ontem, "um capricho" etc.
Já estudantes diziam, na cobertura, que o decreto foi "uma vitória parcial" e, no blog Ocupação da USP, que ele revogou, "de fato, os decretos anteriores no que tange às universidades", mas faltam as Fatecs.

EM DEFESA DA PF
Sob pressão no Supremo, no Congresso e até no conselho do Ministério Público, a Polícia Federal foi ganhar defesa na nova "Economist". Dizendo que a maior celebridade do país "não é jogador ou heroína de telenovela, mas a PF", a revista apoiou as "operações de nomes dramáticos" que desvelaram juízes, congressistas etc. "Mas infelizmente as cortes não seguem seu vigor", lamentou a revista, avaliando que "a reação poderá turvar o poder da PF".

economist.com
Na capa da nova edição, as empresas "se limpam"

PODE SER FEITO
A "Economist" traz dossiê do combate ao aquecimento, mas desta vez não pelos governos e sim pelas empresas, com a "boa notícia" de que já "investem seriamente em energia limpa".
Sobre biocombustível, elogia as montadoras que se voltaram à produção de veículos "flex", questiona o etanol de milho e encerra com o registro de que "o Brasil, onde o etanol de cana responde por 40% do consumo, demonstra que pode ser feito".

BUSH E OS OUTROS
Na manchete dos sites, de "New York Times" a "Financial Times", o destaque do dia foi o chamado de George W. Bush para uma conferência com os 15 países que mais produzem efeito estufa, entre eles o Brasil.
Não demorou para o site do "Wall Street Journal" detalhar, citando "alto funcionário da Casa Branca", que a estratégia é jogar pressão sobre três deles, China, Índia e o Brasil -que vêem o problema "como criado pelas nações industrializadas".

SEM ELOGIAR DEMAIS
O "FT" foi além, adiantando seu editorial para opinar que "Bush está certo ao insistir que China e Índia façam a sua parte, mas ambos continuam países pobres e não vão agir tão cedo".
Diz que é "tentador abraçar qualquer avanço dos EUA", mas sem elogiar demais, no G8, os primeiros "passos de bebê".

NINGUÉM
O chanceler Celso Amorim falou aos correspondentes sobre o G8, como se lia ontem do WSJ.com à Reuters, e se disse "confiante" na Rodada Doha, mas "por ora ninguém está aceitando a posição do outro" e o prazo está no fim.

"RURAL"
Já o FT.com noticiou que o novo governo francês está sob pressão, dos comissários de agricultura e comércio da União Européia, para ceder em sua "civilização rural" -e permitir que o continente avance mais na Rodada Doha.

"BATATADAS"
O historiador Luiz Felipe de Alencastro, em seu blog Seqüências Parisienses, fez violento ataque às "batatadas" sobre raça que têm sido veiculadas pela BBC e pela UFMG.
Questionou a "representatividade" do estudo "mal feito", a visão de "preguiçosos" de que a origem dos escravos tem pouca documentação, os dados errados e a desinformação. Por fim, a UFMG "é universidade só no nome", com uma unidade sem se informar do que a outra pesquisa, ao lado.

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@ - Nelson de Sá


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