São Paulo, segunda-feira, 01 de julho de 2002

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PAINEL

Frente ferida
O PDT não irá aliar-se ao PPS e ao PTB em 11 Estados. O acordo que criou a Frente Trabalhista previa que os três partidos estivessem unidos em todas as disputas regionais, mas a cúpula pedetista não conseguiu impor a regra aos diretórios estaduais.

Três palanques
A Frente Trabalhista dividiu-se totalmente no Ceará, terra do presidenciável Ciro Gomes. O PPS de Ciro apoiará informalmente o tucano Lúcio Alcântara. O PDT lançou a candidatura de Pedro Albuquerque e o PTB, de Cláudia Brilhante.

Tema de campanha
O PT quer aproveitar o episódio dos grampos em Santo André para tentar atingir Geraldo Alckmin (PSDB). Para a cúpula petista, além da Polícia Federal, a Polícia Civil paulista também estaria fazendo investigações sobre administrações do PT no Estado "para fins políticos".

Medida preventiva
José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça e advogado do PT no caso Santo André, tem declarado que gravações de conversas telefônicas não podem ser usadas como prova. Entre os petistas, é dado como certo que foram gravadas conversas comprometedoras na prefeitura.

Cuidado jurídico
O criminalista Márcio Thomaz Bastos entrou na defesa do deputado José Dirceu (PT), acusado no caso Santo André. O advogado também atuará na eventual defesa dos direitos de Lula, que foi investigado pela PF.

Contra-informação
Anteontem, na convenção do PT que oficializou a chapa Lula-Alencar, a Juventude do PT, que vaiou o senador do PL, também fez correr um abaixo-assinado com uma frase de efeito: "O Brasil não precisa de patrão". Comercial do PL dizia que Alencar é "o patrão que o país precisa".

Solução mineira
O PT e o PL conseguiram fechar a aliança eleitoral em Minas Gerais. O liberal Anderson Adauto será o vice do candidato petista ao governo, o deputado federal Nilmário Miranda.

Promessa oposicionista
O senador Maguito Vilela (PMDB), candidato ao governo de Goiás, apoiará Lula (PT) já a partir do primeiro turno.

Palpite infeliz
Do senador Roberto Requião (PMDB-PR), sobre FHC ter elogiado ontem a seleção brasileira mesmo após ter criticado, em fevereiro, a ausência do atacante Romário na escalação do time: "Como viúva do Romário, FHC não tem o direito de faturar em cima do [técnico] Felipão".

Confissão pública
Roseana Sarney (PFL-MA) lançará nesta semana uma "Carta ao Povo do Maranhão", na qual dá sua versão sobre a operação da PF na Lunus e a consequente derrocada da candidatura presidencial. Roseana dirá que o R$ 1,34 milhão encontrado na empresa era mesmo para custear sua campanha.

Salada mista
O dinheiro, segundo Roseana, veio da venda de chalés e terrenos de sua família e de doações de empresários. A pefelista não citará nenhum político em sua carta, mas vai sugerir, nas entrelinhas, que foi prejudicada por uma trama urdida no Planalto para beneficiar José Serra.

Impressão digital
O inquérito que apura o vazamento da foto do R$ 1,34 milhão apreendido na Lunus de Roseana Sarney está praticamente concluído. Uma placa de patrimônio no canto de uma mesa revelou que a foto foi feita na sede do Ministério Público.

Caixa turbinado
Empreiteiros ligados à Apeop, associação do setor em São Paulo, confessam que estão aliviados com a perda de prestígio perante os tesoureiros de campanhas presidenciais. "O setor financeiro anda tão generoso que têm esquecido de nós", diz um grande construtor.
TIROTEIO

Do líder do PSDB na Câmara, Jutahy Junior (BA), sobre as denúncias de corrupção na Prefeitura de Santo André (SP):
- O PT tem mais versões para esse caso de Santo André do que a Roseana tinha para o caso da Lunus.

CONTRAPONTO

Politicamente incorreto

A convenção do PT que oficializou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, realizada anteontem no Anhembi, em SP, reuniu cerca de 2.000 pessoas. O evento, cuja produção coube ao marqueteiro Duda Mendonça, teve uma platéia diferente das convenções anteriores do partido. Deputados e assessores do Partido Liberal misturaram-se a militantes de movimentos sociais. Quando o presidenciável petista subiu ao palco para o discurso, houve um pequeno empurra-empurra. Perto do palco estava um grupo de sem-teto da região central de São Paulo. Um segurança virou-se para uma garota e disse:
- É melhor você sair daqui. Se esse pessoal invadir o palco, você vai se machucar...
A advertência foi ouvida por uma líder do movimento. Ela retrucou, em voz alta:
- Nós não invadimos nada. Ocupamos espaços vazios.


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