São Paulo, segunda-feira, 01 de julho de 2002

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COPA NA ELEIÇÃO

Presidente diz que vai receber jogadores e comissão técnica amanhã, quando a equipe retorna da Ásia

FHC pede a garra da seleção na economia

NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso não perdeu a oportunidade de usar a vitória da seleção na Copa do Mundo para dizer que o Brasil vai superar as dificuldades enfrentadas recentemente na área econômica.
"Hoje [ontem] o mundo inteiro viu que nós temos capacidade de, se organizando, vencer. Viu que na economia é a mesma coisa: havendo organização e garra, nós vamos vencer também", disse FHC logo depois da vitória da seleção sobre a Alemanha.
Após o jogo, FHC falou por telefone com vários jogadores, entre eles Ronaldo, Marcos e Cafu. Conversou também com Ricardo Teixeira, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
O relacionamento de Teixeira com o governo ficou abalado depois da CPI do Futebol e da Medida Provisória que foi chamada de "MP da moralização" do esporte, por obrigar que clubes de futebol se profissionalizem. A CBF chegou a considerar a possibilidade de a seleção não se encontrar com FHC após a volta ao Brasil, como costuma acontecer após uma conquista de Copa do Mundo.
Ontem, FHC disse que irá receber jogadores e comissão técnica em Brasília amanhã. Nesse dia, será decretado ponto facultativo nas repartições públicas do governo federal nos locais por onde a seleção passar (CE, DF, SP e RJ). Caberá aos governadores decretarem ponto facultativo para os servidores estaduais.
O presidente assistiu ao jogo em Brasília, com a primeira-dama Ruth Cardoso. Após a partida, o presidente foi até os portões do Palácio do Alvorada, onde alguns torcedores comemoravam a conquista do pentacampeonato.
O presidente deu autógrafos e, acompanhando os torcedores, cantou parte do hino nacional, segurando uma bandeira do Brasil com Ruth Cardoso.
FHC não poupou elogios à seleção, e creditou o êxito da equipe, principalmente, a Ronaldo e a Luiz Felipe Scolari. "Ronaldo é o maior do mundo", afirmou.
No momento em que FHC fazia um discurso improvisado, com elogios à atuação de Ronaldo, alguns torcedores perguntaram sobre a ausência de Romário na seleção. O presidente não quis comentar. "Eu estou falando do Ronaldo", disse. Antes da Copa, o presidente foi um dos que pediram a convocação do atacante.
FHC também enviou, por meio do embaixador do Brasil no Japão, uma mensagem parabenizando jogadores e comissão técnica pela vitória de ontem. "Senti orgulho e me emocionei com essa vitória histórica, que coroou uma campanha brilhante nos campos da Coréia e do Japão", diz o presidente em sua carta.
Assim como FHC, o presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, usou a vitória no futebol para falar da situação econômica de Brasil e Argentina. Em mensagem enviada a FHC após o jogo, Duhalde afirmou que conquistas esportivas são especialmente importantes "nesses dias difíceis para a vida de nossos povos".
Atravessando a mais grave crise econômica de sua história, a Argentina viu sua seleção ser eliminada da Copa ainda na primeira fase. Duhalde afirmou que "todos os argentinos" compartilham a alegria do Brasil com a conquista do pentacampeonato.
A exemplo do que aconteceu em 1994, após a vitória na Copa dos EUA, os Correios irão lançar um selo comemorativo pela conquista do pentacampeonato na Coréia e no Japão. Ainda não há data para o lançamento do selo.


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