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COPA NA ELEIÇÃO
Presidente diz que vai receber jogadores e comissão técnica amanhã, quando a equipe retorna da Ásia
FHC pede a garra da seleção na economia
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso não perdeu a oportunidade de usar a vitória da seleção na Copa do Mundo para dizer
que o Brasil vai superar as dificuldades enfrentadas recentemente
na área econômica.
"Hoje [ontem] o mundo inteiro
viu que nós temos capacidade de,
se organizando, vencer. Viu que
na economia é a mesma coisa: havendo organização e garra, nós
vamos vencer também", disse
FHC logo depois da vitória da seleção sobre a Alemanha.
Após o jogo, FHC falou por telefone com vários jogadores, entre
eles Ronaldo, Marcos e Cafu.
Conversou também com Ricardo
Teixeira, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
O relacionamento de Teixeira
com o governo ficou abalado depois da CPI do Futebol e da Medida Provisória que foi chamada de
"MP da moralização" do esporte,
por obrigar que clubes de futebol
se profissionalizem. A CBF chegou a considerar a possibilidade
de a seleção não se encontrar com
FHC após a volta ao Brasil, como
costuma acontecer após uma
conquista de Copa do Mundo.
Ontem, FHC disse que irá receber jogadores e comissão técnica
em Brasília amanhã. Nesse dia,
será decretado ponto facultativo
nas repartições públicas do governo federal nos locais por onde a
seleção passar (CE, DF, SP e RJ).
Caberá aos governadores decretarem ponto facultativo para os servidores estaduais.
O presidente assistiu ao jogo em
Brasília, com a primeira-dama
Ruth Cardoso. Após a partida, o
presidente foi até os portões do
Palácio do Alvorada, onde alguns
torcedores comemoravam a conquista do pentacampeonato.
O presidente deu autógrafos e,
acompanhando os torcedores,
cantou parte do hino nacional, segurando uma bandeira do Brasil
com Ruth Cardoso.
FHC não poupou elogios à seleção, e creditou o êxito da equipe,
principalmente, a Ronaldo e a
Luiz Felipe Scolari. "Ronaldo é o
maior do mundo", afirmou.
No momento em que FHC fazia
um discurso improvisado, com
elogios à atuação de Ronaldo, alguns torcedores perguntaram sobre a ausência de Romário na seleção. O presidente não quis comentar. "Eu estou falando do Ronaldo", disse. Antes da Copa, o
presidente foi um dos que pediram a convocação do atacante.
FHC também enviou, por meio
do embaixador do Brasil no Japão, uma mensagem parabenizando jogadores e comissão técnica pela vitória de ontem. "Senti
orgulho e me emocionei com essa
vitória histórica, que coroou uma
campanha brilhante nos campos
da Coréia e do Japão", diz o presidente em sua carta.
Assim como FHC, o presidente
da Argentina, Eduardo Duhalde,
usou a vitória no futebol para falar da situação econômica de Brasil e Argentina. Em mensagem enviada a FHC após o jogo, Duhalde
afirmou que conquistas esportivas são especialmente importantes "nesses dias difíceis para a vida
de nossos povos".
Atravessando a mais grave crise
econômica de sua história, a Argentina viu sua seleção ser eliminada da Copa ainda na primeira
fase. Duhalde afirmou que "todos
os argentinos" compartilham a
alegria do Brasil com a conquista
do pentacampeonato.
A exemplo do que aconteceu
em 1994, após a vitória na Copa
dos EUA, os Correios irão lançar
um selo comemorativo pela conquista do pentacampeonato na
Coréia e no Japão. Ainda não há
data para o lançamento do selo.
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