São Paulo, sexta-feira, 01 de julho de 2005

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Explicação de Jucá não satisfaz presidente de Comissão de Ética

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Fernando Neves da Silva, disse ontem que o órgão ainda não está satisfeito com as explicações do ministro Romero Jucá (Previdência) sobre um possível conflito de interesses entre as empresas de sua família e o cargo que ocupa no governo federal.
"Pedimos mais esclarecimentos porque não entendemos satisfatórios ou suficientes os prestados até então", afirmou Neves.
Jucá, senador licenciado do PMDB de Roraima, está sob investigação do STF (Supremo Tribunal Federal) por conta de supostos desvios de dinheiro público. Cogita-se a sua saída da Esplanada dos Ministérios numa reforma ministerial que deve ser anunciada nos próximos dias.
O presidente da comissão explica a importância das indagações a Jucá. "Não estamos analisando o que ele fez no passado. Estamos analisando as informações que ele está dando para dizer como ele deve agir como ministro. São essas informações que ele está prestando sobre o patrimônio dele, da família, para que gente possa avaliar quais são os interesses de um lado e de outro."

Esclarecimentos
O ministro da Previdência já apresentou três explicações. Numa delas, em maio passado, compareceu pessoalmente à reunião da comissão. Disponível na página da comissão na internet, a ata da reunião do início de junho relata a situação do ministro.
"As informações prestadas não foram consideradas suficientes, pelo que decidiram os presentes reiterar a solicitação para que o ministro informe todos os interesses, diretos e indiretos, seus e de familiares, que possam suscitar conflitos com o exercício da função pública, para que esclareça atividades que, formal ou informalmente, direta ou indiretamente, desempenha junto às empresas de seus filhos, assim como junto à Fundação Social e Cultural de Roraima", diz trecho da ata.
Criada em 1999, a Comissão de Ética Pública do governo federal não possui poder punitivo nem apresenta prerrogativa de investigação, é formada por cinco integrantes nomeados pelo presidente da República e um secretário-executivo.


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