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Sacador diz não conhecer sócio de agencia
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Identificado como sacador de
dinheiro da SMPB Comunicação
no Banco Rural, Alexandre Vasconcelos Castro, 43, negou ontem
à Polícia Federal ter relação com
Marcos Valério Fernandes de
Souza e com as empresas do publicitário mineiro.
Castro, que administra uma factoring de Belo Horizonte, a consultoria Express Factoring, disse
que fazia os saques a pedido de
um amigo. "Ele pegava o cheque
[da SMPB] direto com essa pessoa, fazia o saque, retornava e devolvia o dinheiro", afirmou o delegado Cláudio Ribeiro.
O depoimento de Castro aconteceu das 12h30 às 14h, na sede da
PF em Belo Horizonte. Ele chegou
e saiu sem ser visto pela imprensa.
Segundo Ribeiro, Castro confirmou ter feito os saques no Rural
em 2003, mas disse desconhecer a
finalidade do dinheiro. "Disse que
era uma questão de amizade pessoal e nunca teve desconfiança em
relação aos valores."
A PF não informou o nome do
suposto amigo de Castro. Disse
somente que não é funcionário
das agências de Valério.
Castro afirmou à PF não se lembrar de quem assinava os cheques
da SMPB que descontava. Duas
funcionárias do departamento financeiro da agência devem ser
ouvidas hoje pela PF em Brasília.
Relatório do Coaf (Conselho de
Controle de Atividades Financeiras) divulgado pela revista "IstoÉ"
apontou saques de R$ 20,9 milhões da DNA Propaganda e da
SMPB Comunicação entre julho
de 2003 e maio de 2005 de contas
nos bancos Rural e do Brasil.
Constituída em 2001, a consultoria Express Factoring funciona
na sobreloja de uma bicicletaria
administrada pela mãe de Castro.
Os sócios da factoring -empresa
que desconta duplicatas, promissórias e cheques- são o pai de
Castro, Edualdo Castro, 78, e o
funcionário da bicicletaria Antônio Marcos dos Santos, 31.
Morador de uma casa simples
na periferia de Belo Horizonte,
Santos ingressou na factoring
com 33% das cotas. Sua participação hoje é de 0,6%, que vale R$
250. À Folha, disse desconhecer
detalhes das operações e clientes
da empresa, apesar de saber que é
sócio. "Como eu trabalhava lá e
não teve nada de duvidar deles,
deixei utilizarem meu nome."
Santos afirmou ainda que ouviu
falar de Valério apenas pela imprensa. "Vou até ligar lá [na bicicletaria] para saber, não me informaram nada disso." Desde sábado, Castro não apareceu na factoring. Um de seus advogados disse
à Folha que ele estava "assustado"
e não falaria. O advogado afirmou
que Castro não conhece Valério.
Colaborou PAULO PEIXOTO, da Agência Folha, em Belo Horizonte
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