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ESTADO EM CRISE
Polícia suspeita de contrato de R$ 26 milhões na Assembléia
PF investiga contratos em Rondônia
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Federal investiga os
termos de assinatura de um contrato de R$ 26 milhões entre a Assembléia Legislativa de Rondônia
e uma empresa de informática de
Porto Velho. O pagamento de R$
522 mil efetuado pela Casa a uma
empresa que realizou filmagens
de sessões do Legislativo durante
os meses de abril e maio também
está sendo investigado.
"Precisa ser esclarecida a forma
de contratação dessas empresas,
os valores totais pagos a elas, como foram destinados esses pagamentos e se foram feitos acima do
valor de mercado", disse o superintendente da Polícia Federal no
Estado, Joaquim Mesquita.
Os documentos foram obtidos
após operação de busca e apreensão no prédio do Legislativo, realizada na terça-feira pela PF.
Entre a documentação apreendida, os policiais encontraram um
contrato de R$ 26,7 milhões da
Assembléia com a empresa Ajucel
Informática Ltda. de 2004.
O proprietário da Ajucel, Antônio José Gemelli, disse que o contrato se refere a um serviço de implantação de sistemas operacionais de informática na sede do Legislativo e em 52 câmaras municipais do Estado. Gemelli relatou
ter recebido até hoje da Assembléia cerca de R$ 4 milhões.
"Se a Polícia Federal me chamar
para depor, vou mostrar todos os
comprovantes que tenho de que
os serviços foram e estão sendo
feitos. Estão querendo passar
uma imagem para o país de que
todo mundo aqui é bandido."
Nota
Uma nota de serviço revela o pagamento de R$ 522 mil à empresa
Tecvídeo Áudio e Vídeo System
Ltda., por 29 horas de filmagens
na Assembléia.
A reportagem ligou para o número de telefone que consta da
nota, mas ninguém atendeu às ligações durante a tarde de ontem.
A Folha apurou que, entre a documentação que está com a Polícia Federal, existe ao menos mais
uma nota de serviços pagos à
mesma empresa de filmagens, no
valor de cerca de R$ 700 mil.
A assessoria de comunicação da
Assembléia Legislativa informou
que o presidente da Casa, Carlão
de Oliveira (sem partido), não faria comentários sobre a documentação apreendida pela PF.
Questionado pela reportagem
se os donos das empresas serão
intimados a prestar esclarecimentos sobre os documentos, Mesquita disse que é "bem provável"
que isso aconteça.
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