São Paulo, sexta-feira, 01 de julho de 2005

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ESTADO EM CRISE

Polícia suspeita de contrato de R$ 26 milhões na Assembléia

PF investiga contratos em Rondônia

JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Federal investiga os termos de assinatura de um contrato de R$ 26 milhões entre a Assembléia Legislativa de Rondônia e uma empresa de informática de Porto Velho. O pagamento de R$ 522 mil efetuado pela Casa a uma empresa que realizou filmagens de sessões do Legislativo durante os meses de abril e maio também está sendo investigado.
"Precisa ser esclarecida a forma de contratação dessas empresas, os valores totais pagos a elas, como foram destinados esses pagamentos e se foram feitos acima do valor de mercado", disse o superintendente da Polícia Federal no Estado, Joaquim Mesquita.
Os documentos foram obtidos após operação de busca e apreensão no prédio do Legislativo, realizada na terça-feira pela PF.
Entre a documentação apreendida, os policiais encontraram um contrato de R$ 26,7 milhões da Assembléia com a empresa Ajucel Informática Ltda. de 2004.
O proprietário da Ajucel, Antônio José Gemelli, disse que o contrato se refere a um serviço de implantação de sistemas operacionais de informática na sede do Legislativo e em 52 câmaras municipais do Estado. Gemelli relatou ter recebido até hoje da Assembléia cerca de R$ 4 milhões.
"Se a Polícia Federal me chamar para depor, vou mostrar todos os comprovantes que tenho de que os serviços foram e estão sendo feitos. Estão querendo passar uma imagem para o país de que todo mundo aqui é bandido."

Nota
Uma nota de serviço revela o pagamento de R$ 522 mil à empresa Tecvídeo Áudio e Vídeo System Ltda., por 29 horas de filmagens na Assembléia.
A reportagem ligou para o número de telefone que consta da nota, mas ninguém atendeu às ligações durante a tarde de ontem.
A Folha apurou que, entre a documentação que está com a Polícia Federal, existe ao menos mais uma nota de serviços pagos à mesma empresa de filmagens, no valor de cerca de R$ 700 mil.
A assessoria de comunicação da Assembléia Legislativa informou que o presidente da Casa, Carlão de Oliveira (sem partido), não faria comentários sobre a documentação apreendida pela PF.
Questionado pela reportagem se os donos das empresas serão intimados a prestar esclarecimentos sobre os documentos, Mesquita disse que é "bem provável" que isso aconteça.


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