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PÚBLICO x PRIVADO
Procuradores querem informação sobre eventual casa na Flórida e compra de carros de Luiz Estevão
Receita vai investigar patrimônio de EJ
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os procuradores Luiz Francisco
de Souza e Guilherme Schelb requisitaram à Receita Federal, ontem, em Brasília, uma auditoria
fiscal sobre a evolução patrimonial do ex-secretário geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas
Pereira. A auditoria também incluirá a mulher de EJ, Lídice Cunha, e o grupo de empresas nas
quais ele sócio.
Schelb e Luiz Francisco dizem,
no ofício à Receita, "ter informações" que apontam a existência de
uma casa de EJ em Boca Raton, na
Flórida. Afirmam também "ter
informações" sobre "a compra de
vários veículos (por EJ) de empresas pertencentes" ao senador cassado Luiz Estevão (PFL-DF).
Entre os veículos estaria um Fiat
Tempra branco, comprado em
1993 do Consórcio Planalto e vendido à OK Automóveis. As empresas são de Luiz Estevão.
No ofício encaminhado ao secretário da Receita, Everardo Maciel, os procuradores apresentam
em 17 itens o que consideram indícios de "enriquecimento ilícito
e sonegação tributária".
O advogado José Gerardo Grossi evitou comentar a ação dos procuradores. Mas negou a existência
de qualquer casa de Eduardo Jorge na Flórida. "Ele tem uma casa
na lua e um túnel em Marte, mas
não tem casa na Flórida", disse.
"Meu cliente não foi chamado,
eu não fui chamado. Quando isso
acontecer, aí vamos falar", afirmou o advogado de EJ, queixando-se do que chama de "linchamento moral" de seu cliente.
A requisição da auditoria foi
uma reação aos documentos que
EJ encaminhou na semana passada. "Os dados apresentados ao
Ministério Público são pífios e
frágeis", disse Luiz Francisco. "Os
documentos demonstram descompasso entre patrimônio e receitas lícitas", explicou o procurador, referindo-se aos quatro volumes de documentos pelo advogado de EJ, José Gerardo Grossi.
Pesou na decisão dos procuradores o fato de EJ ter omitido, nos
documentos enviados ao Ministério Público, a participação societária que mantinha na empresa
paranaense DTC-Direct To Company, até 12 dias atrás, conforme
reportagem publicada pela Folha
no domingo. "Não foi crime, mas
demonstrou má-fé de Eduardo
Jorge", afirmou Luiz Francisco.
O advogado Grossi tem outra
explicação. "Não comunicamos a
existência da empresa porque essa sociedade resultou em zero negócios, não fez nada", disse. "Foi
uma empresa planejada para trabalhar mas que nem chegou a dar
resultados quando Eduardo Jorge
saiu da sociedade." Os procuradores deram prazo de cinco dias
para a Receita levantar os dados.
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