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SOCORRO A BANCOS
Presidente do Banco Central alega ignorar decisão judicial
Fraga mantém Tereza Grossi no BC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Banco Central,
Armínio Fraga, manteve no cargo
a diretora de Fiscalização do BC,
Tereza Cristina Grossi Togni, alegando ignorar a decisão judicial
que determina seu afastamento.
A decisão foi adotada mesmo
depois de Fraga ter recebido ontem pela manhã um fax enviado
pelo o presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª região,
juiz Tourinho Neto, determinando a saída imediata da diretora.
No final do dia, o BC informou
que a procuradoria da instituição
agendou encontro, hoje de manhã, com o oficial de Justiça da 22ª
Vara Federal em Brasília para que
Fraga receba o mandado.
"Ninguém está afastado do banco", disse o procurador-geral do
BC, José Coelho Ferreira. A instituição sustenta que Grossi permanece no cargo porque Fraga ainda
não recebeu intimação oficial determinando sua saída. A alegação
é que o fax não tem a mesma validade de um mandado judicial entregue por um oficial de justiça.
Para Tourinho Neto, Fraga deveria ter afastado a diretora quando recebeu o fax com o teor da decisão judicial. "Se ele recebeu o fax
(do TRF), foi formalmente intimado. No despacho, eu disse que
a intimação poderia ser por fax."
Ele diz que a decisão é de conhecimento público, o que dispensaria notificação pessoal. "Não é
possível que o país todo saiba,
menos ela (Grossi)." Segundo ele,
a AGU (Advocacia-Geral da
União) também foi notificada.
De acordo com o advogado-geral da União, Gilmar Mendes, não
há razões para o afastamento. "Se
o problema é o medo de que alguma prova desapareça, é só fazer os
requerimentos necessários ou
chamar a diretora para depor
imediatamente", afirmou.
A AGU deve recorrer hoje ao
TRF, pedindo que a ordem de
afastamento seja suspensa. Há
dois recursos possíveis. Depois,
tentará cassar a ordem no STJ
(Superior Tribunal de Justiça).
Tereza Grossi voltou domingo
ao Brasil, após participar de encontros em Buenos Aires e em Basiléia (Suíça). Ontem, passou o dia
em Belo Horizonte, onde mora.
Desde sexta-feira o juiz substituto da 22ª Vara Federal em Brasília, Rafael Paulo Soares Pinto, tenta intimar Fraga. Um oficial de
Justiça esteve na sede do BC em
Brasília, mas deixou de intimar
Fraga porque ele estava em férias.
Ele retornou ontem de férias.
Foi dada nova ordem, ainda na
sexta, para intimar Fraga pela
procuradoria do BC, que se recusou a receber o mandado.
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