São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

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Mercadante faz crítica mais severa da crise

DA REPORTAGEM LOCAL

As declarações do deputado federal Aloizio Mercadante (PT-SP) sobre o impacto da crise no pagamento de dívidas por empresa diferem em intensidade das avaliações do economista petista Guido Mantega, em giro pela Europa para tentar tranquilizar investidores internacionais.
Se, para Mercadante, "o país não chegará às eleições" e as empresas têm dificuldade de pagar suas dívidas, Mantega aponta como razão da turbulência apenas uma "crise de confiança". "O buraco [das dívidas externa e interna" não é tão grande. O problema é de confiança", disse em Londres.
A diferença de tons pode ser entendida no papel de cada um na estrutura petista. Mercadante tem raízes na burocracia partidária e move-se de acordo com seu projeto eleitoral próprio e o do partido de vencer as eleições presidenciais.
Mantega é homem da confiança pessoal de Lula há 12 anos, colaborador do partido de importância, mas desvinculado da máquina partidária.
Internamente, avalia-se que são reduzidas as chances de um dos dois comandar a política econômica petista num eventual governo. A tendência seria por um nome "mais amplo que o PT", na definição de um assessor próximo de Lula.
As discrepâncias entre os nomes identificados como "porta-vozes" econômicos do partido vêm da não-visualização pública de pensamento econômico predominante no PT.
Já havia sido assim em maio, quando o economista Ricardo Carneiro deu declarações contrárias ao atual sistema de metas de inflação. As críticas levaram ao seu isolamento interno em ação do comando de campanha político, preocupado com desgastes eleitorais.


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