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Mercadante faz
crítica mais
severa da crise
DA REPORTAGEM LOCAL
As declarações do deputado
federal Aloizio Mercadante
(PT-SP) sobre o impacto da
crise no pagamento de dívidas
por empresa diferem em intensidade das avaliações do economista petista Guido Mantega, em giro pela Europa para
tentar tranquilizar investidores
internacionais.
Se, para Mercadante, "o país
não chegará às eleições" e as
empresas têm dificuldade de
pagar suas dívidas, Mantega
aponta como razão da turbulência apenas uma "crise de
confiança". "O buraco [das dívidas externa e interna" não é
tão grande. O problema é de
confiança", disse em Londres.
A diferença de tons pode ser
entendida no papel de cada um
na estrutura petista. Mercadante tem raízes na burocracia
partidária e move-se de acordo
com seu projeto eleitoral próprio e o do partido de vencer as
eleições presidenciais.
Mantega é homem da confiança pessoal de Lula há 12
anos, colaborador do partido
de importância, mas desvinculado da máquina partidária.
Internamente, avalia-se que
são reduzidas as chances de um
dos dois comandar a política
econômica petista num eventual governo. A tendência seria
por um nome "mais amplo que
o PT", na definição de um assessor próximo de Lula.
As discrepâncias entre os nomes identificados como "porta-vozes" econômicos do partido vêm da não-visualização
pública de pensamento econômico predominante no PT.
Já havia sido assim em maio,
quando o economista Ricardo
Carneiro deu declarações contrárias ao atual sistema de metas de inflação. As críticas levaram ao seu isolamento interno
em ação do comando de campanha político, preocupado
com desgastes eleitorais.
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