DA AGÊNCIA FOLHA

A irregularidade na distribuição das chuvas provocou o atual estado de calamidade na região do semi-árido nordestino, principalmente no Piauí (onde a situação é mais grave), afirma o chefe do setor de previsão do tempo do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) em Recife (PE), Ednaldo Correia de Araujo.
"Durante o período de chuvas do semi-árido, que ocorre de dezembro a maio, repetiram-se os níveis naturais de precipitação, no somatório geral. O problema foi que, em algumas regiões, a chuva acabou se concentrando em um ou dois meses, com o predomínio do sol em outros", informa o meteorologista.
Araujo cita como exemplo o caso do sertão pernambucano -onde, nos meses de janeiro e dezembro, choveu o triplo do que deveria.
Nos meses seguintes, foi registrada uma drástica redução do índice pluviométrico. Depois de maio, inicia-se o período de estiagem e dificilmente ocorre chuva.
"Nos anos em que surge esse problema da distribuição irregular de chuvas, o período de seca [que se estende de junho a novembro] costuma ser mais crítico", afirma Araujo.
No Piauí e em Pernambuco, diz o meteorologista, a situação está mais grave porque praticamente não choveu nos meses de abril e maio. A estiagem antecipada impediu o armazenamento de água.


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