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São Paulo, segunda-feira, 01 de setembro de 2003

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JUSTIÇA

Corrêa parece líder da oposição, afirma Genoino

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PT, José Genoino, comparou a entrevista do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício Corrêa, à revista "Veja" à "de um líder partidário de oposição", evitando, porém, comentar o conteúdo.
"Vou ficar comedido para responder. Não existe na história dos presidentes do STF uma entrevista politizada desse jeito e com esse conteúdo. Não é bom politizar o Judiciário, que é o árbitro dos Poderes e do país", disse Genoino.
Na entrevista, Corrêa disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não é mais a mesma pessoa que se apresentou na campanha". Afirmou que o presidente "flutua no meio dos dois [José Dirceu, ministro da Casa Civil, e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho], viajando para o exterior mais que Fernando Henrique Cardoso e fazendo discursos Brasil afora", "cometendo certos impropérios que depois precisam ser corrigidos pela habilidade de José Dirceu".
Para Corrêa, a reforma do Judiciário, bandeira do governo, é desnecessária. "Está para a agilização da Justiça assim como a reforma ministerial está para a diminuição das desigualdades sociais", disse.
Professor Luizinho (PT-SP), vice-líder do governo na Câmara , disse que o ministro Corrêa "está abusado demais" e seria um "senador militante", numa atitude inadequada ao seu cargo hoje -o presidente do STF já ocupou uma cadeira no Senado.
"Como presidente de um dos três Poderes da República, ele deveria ter mais cuidado com o que fala e mais respeito com os demais [Executivo e Legislativo]."
O chefe-de-gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que o governo não faria comentários sobre a entrevista. "O governo decidiu que não vai comentar essas declarações. A relação entre Poderes é muito importante e não vamos fazer esse tipo de comentário." A reportagem não conseguiu falar com Corrêa.
O presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Francisco Fausto, disse ontem que as críticas do ministro Maurício Corrêa foram feitas com muita franqueza. "Fazem parte do diálogo democrático e, portanto, não haverá nenhum mal-estar institucional."
Afirmou que o presidente tem falhado na área social, mas afirma ainda ter "esperança" em Lula para mudar o país.


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