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JUSTIÇA
Corrêa parece líder da oposição, afirma Genoino
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do PT, José Genoino, comparou a entrevista do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício Corrêa, à
revista "Veja" à "de um líder partidário de oposição", evitando,
porém, comentar o conteúdo.
"Vou ficar comedido para responder. Não existe na história dos
presidentes do STF uma entrevista politizada desse jeito e com esse
conteúdo. Não é bom politizar o
Judiciário, que é o árbitro dos Poderes e do país", disse Genoino.
Na entrevista, Corrêa disse que
o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva "não é mais a mesma pessoa
que se apresentou na campanha".
Afirmou que o presidente "flutua
no meio dos dois [José Dirceu,
ministro da Casa Civil, e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci
Filho], viajando para o exterior
mais que Fernando Henrique
Cardoso e fazendo discursos Brasil afora", "cometendo certos impropérios que depois precisam
ser corrigidos pela habilidade de
José Dirceu".
Para Corrêa, a reforma do Judiciário, bandeira do governo, é
desnecessária. "Está para a agilização da Justiça assim como a reforma ministerial está para a diminuição das desigualdades sociais", disse.
Professor Luizinho (PT-SP), vice-líder do governo na Câmara ,
disse que o ministro Corrêa "está
abusado demais" e seria um "senador militante", numa atitude
inadequada ao seu cargo hoje -o
presidente do STF já ocupou uma
cadeira no Senado.
"Como presidente de um dos
três Poderes da República, ele deveria ter mais cuidado com o que
fala e mais respeito com os demais [Executivo e Legislativo]."
O chefe-de-gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que o governo não faria comentários sobre a entrevista. "O
governo decidiu que não vai comentar essas declarações. A relação entre Poderes é muito importante e não vamos fazer esse tipo
de comentário." A reportagem
não conseguiu falar com Corrêa.
O presidente do TST (Tribunal
Superior do Trabalho), Francisco
Fausto, disse ontem que as críticas do ministro Maurício Corrêa
foram feitas com muita franqueza. "Fazem parte do diálogo democrático e, portanto, não haverá
nenhum mal-estar institucional."
Afirmou que o presidente tem
falhado na área social, mas afirma
ainda ter "esperança" em Lula para mudar o país.
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