São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Na TV, Alckmin fala do mensalão e faz ataque direto a Lula

À tarde, PSDB usou apresentadora para criticar presidente; à noite, candidato disse ser diferente de petista

"Todo mundo se lembra da vergonha do mensalão, das denúncias, dos ministros afastados... Eu sou diferente dele, diferente", diz tucano


MICHELE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

O programa na TV de Geraldo Alckmin decidiu mirar de vez nos casos de corrupção que atingiram o PT e o governo Lula. Na tarde de ontem, a apresentadora citou nominalmente os ex-dirigentes do partido Delúbio Soares, José Genoino e Silvio Pereira, todos assolados pelos escândalos. À noite, o tucano assumiu o discurso, citando "a vergonha do mensalão" e "os ministros afastados".
O programa noturno retirou os apresentadores, até então os encarregados dos ataques mais fortes a Luiz Inácio Lula da Silva. E o tucano, que vinha aumentando gradualmente as referências à corrupção, encampou de forma mais direta o discurso, novamente aproveitando para dizer que é "diferente".
"No ano passado, todo mundo se lembra da vergonha do mensalão, das denúncias, dos ministros afastados. (...) Por isso, eu estou aqui, olho no olho com você, para dizer que eu sou diferente dele, diferente."
A mudança -substituição dos apresentadores pelo próprio candidato nos ataques- responde a críticas de que o tucano não está se vinculando às falas mais duras contra Lula para tentar reverter a desvantagem nas pesquisas.
À tarde, coube a uma apresentadora acusar o PT. "Nos últimos anos, vários ministros e altos funcionários do governo foram acusados por corrupção. José Dirceu, ministro de Lula, foi denunciado como chefe de quadrilha. Delúbio, tesoureiro do PT, Genoino, presidente do PT, e Silvio Pereira, secretário-geral do PT, foram denunciados como os outros chefes", disse ela, que ainda listou Waldomiro Diniz e os ex-ministros Luiz Gushiken e Humberto Costa. E completou: "E Lula não sabia de nada? Lula não merece seu voto. Pense nisso".
Os ataques da tarde não foram acompanhados de imagens dos envolvidos na crise, mas elas começaram a aparecer ontem à noite nas inserções.
O PT afirmou ontem que entrou com uma representação no TSE pedindo perda de 3min12s por falta de identificação da coligação PSDB-PFL nos ataques do dia 29. Mas a peça contou com a identificação -ainda que minúscula- das siglas que apóiam Alckmin.


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