São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Para excluídos, Lula abortou projeto popular

Em texto, movimentos sociais do Grito dos Excluídos criticam política econômica, carga tributária e altos lucros dos bancos

Para dom Demétrio, após "decepção" com casos de corrupção no governo do PT, grupos sociais agora precisam se reorganizar


LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Movimentos sociais reunidos em torno do Grito dos Excluídos divulgaram documento ontem em que afirmam que o projeto popular no Brasil foi abortado com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
"O projeto popular no Brasil sofre, a bem dizer, dois abortos. Primeiro, em 1964, com o golpe militar. Agora, com a decepção do governo Lula", diz trecho do documento do Grito.
Segundo o movimento, é preciso "desmascarar a atual política econômica dependente, que privilegia o capital financeiro, o pagamento da dívida e o superávit primário".
Em outro trecho, o Grito afirma que, "no Brasil, o capital é altamente remunerado por meio de taxas de juros mais altas do mundo, que passam grande parte de nossa riqueza para o setor financeiro, cujos lucros são os mais elevados de todos os tempos".
O movimento também ataca a carga tributária, que atingiu patamar recorde no ano passado. "Nosso sistema tributário privilegia os ricos e castiga a classe trabalhadora."
O Grito dos Excluídos envolve uma série de protestos políticos, cerimônias religiosas e manifestações culturais que são realizadas em várias partes do país no 7 de Setembro, quando se celebra a independência. O maior desses atos acontece na cidade de Aparecida, em São Paulo. Ontem, a coordenação do evento convocou jornalistas para detalhar o Grito deste ano.
O Grito também atacou os escândalos de corrupção. Dom Demétrio Valentini, da direção do movimento, declarou que "as denúncias de corrupção levaram a um primeiro momento de decepção e até desencanto" nos movimentos sociais.
Diante desse quadro, o bispo afirmou que o Grito dos Excluídos defenderá que as pessoas não votem em políticos envolvidos com escândalos de corrupção. Contudo, o religioso disse ser contra o voto nulo ou em branco e a abstenção.


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