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Para Gil, pagamento de jabá a rádios é como o mensalão
DA SUCURSAL DO RIO
Em entrevista coletiva para lançar a primeira tiragem
comercial do CD "Gil Luminoso" -feito em 1999 para
acompanhar um livro-, o
ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse que o pagamento
das gravadoras às rádios (o
jabá) é uma espécie de mensalão, e pediu leis regulatórias para qualquer uso de
serviço ou dinheiro público.
"Precisa ter lei e regulação.
Após o mensalão, não falaram que iam regular? Estamos esperando", disse em
seu estúdio na zona sul do
Rio. Gil não defendeu a criminalização do jabá, bandeira de muitos artistas.
"Posso ser contra o jabá,
mas criminalizar é outra coisa. Rádio é concessão, tem o
direito de comercializar seu
espaço. É negócio, é capitalismo. Criminalizar é fácil,
mas e aí? Como se fiscaliza?
Mais aparato policial? Sou a
favor da discussão aberta."
Gil criticou os artistas que
combatem a pirataria e não
aceitam abrir mão dos direitos autorais em alguns casos.
"Muitos acham que a propriedade intelectual é um direito adquirido, fechado,
uma máxima intocável. Se
uma escola de meninos pobres de uma favela de Recife
fizer uma festa e tocar música de determinado autor,
tem que pagar tanto quanto a
TV Globo. Muitos saem gritando pela revolução, que
são socialistas, mas é farinha
pouca, meu pirão primeiro."
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