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JUDICIÁRIO
Engenheiro acompanhava construção de fórum do TRT
Empresário fez depósitos para fiscal de obra em SP, apura CPI
da Sucursal de Brasília
O engenheiro Antonio Carlos
Gama e Silva, contratado pelo
TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo para fiscalizar
a construção do Fórum Trabalhista, recebeu pagamentos de Fábio Monteiro de Barros Filho, dono das empresas que ganharam a
obra sem participar da licitação.
Gama e Silva assinou contrato
com o TRT-SP em 31 de maio de
1993. Um ano antes, em 25 de
maio de 92, ele recebeu depósito
de Monteiro de Barros no valor
equivalente a US$ 4.835.
No ano seguinte, já na condição
de fiscal do TRT, Gama e Silva recebeu mais oito depósitos, todos
feitos por meio de cheques nominais. No total, ele recebeu cerca de
US$ 15 mil nesses dois anos.
Os depósitos, encontrados pela
CPI do Judiciário ao analisar os
documentos referentes à quebra
do sigilo bancário de Monteiro de
Barros, complicam a situação do
engenheiro.
Condenado pelo Tribunal de
Contas da União a ressarcir parte
da verba desviada da obra (o total
seria de R$ 169 milhões), pouco
falou quando esteve na CPI.
O relator, senador Paulo Souto
(PFL-BA), ameaçou cancelar o
depoimento diante da falta de colaboração do engenheiro.
Em maio último, quando depôs
na CPI, Gama e Silva foi contestado pelos senadores. Apresentou
laudo dizendo que o fórum estava
praticamente concluído. "A visão
que se tem da obra é a de um esqueleto", disse José Agripino
Maia (PFL-RN) em resposta.
Gama e Silva negou-se a discutir
os custos da obra na CPI. Alegou
ter sido contratado quando a
construção já havia sido iniciada.
(FLÁVIA DE LEON)
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