São Paulo, Quarta-feira, 01 de Setembro de 1999
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JUDICIÁRIO
Engenheiro acompanhava construção de fórum do TRT
Empresário fez depósitos para fiscal de obra em SP, apura CPI

da Sucursal de Brasília


O engenheiro Antonio Carlos Gama e Silva, contratado pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo para fiscalizar a construção do Fórum Trabalhista, recebeu pagamentos de Fábio Monteiro de Barros Filho, dono das empresas que ganharam a obra sem participar da licitação.
Gama e Silva assinou contrato com o TRT-SP em 31 de maio de 1993. Um ano antes, em 25 de maio de 92, ele recebeu depósito de Monteiro de Barros no valor equivalente a US$ 4.835.
No ano seguinte, já na condição de fiscal do TRT, Gama e Silva recebeu mais oito depósitos, todos feitos por meio de cheques nominais. No total, ele recebeu cerca de US$ 15 mil nesses dois anos.
Os depósitos, encontrados pela CPI do Judiciário ao analisar os documentos referentes à quebra do sigilo bancário de Monteiro de Barros, complicam a situação do engenheiro.
Condenado pelo Tribunal de Contas da União a ressarcir parte da verba desviada da obra (o total seria de R$ 169 milhões), pouco falou quando esteve na CPI.
O relator, senador Paulo Souto (PFL-BA), ameaçou cancelar o depoimento diante da falta de colaboração do engenheiro.
Em maio último, quando depôs na CPI, Gama e Silva foi contestado pelos senadores. Apresentou laudo dizendo que o fórum estava praticamente concluído. "A visão que se tem da obra é a de um esqueleto", disse José Agripino Maia (PFL-RN) em resposta.
Gama e Silva negou-se a discutir os custos da obra na CPI. Alegou ter sido contratado quando a construção já havia sido iniciada.
(FLÁVIA DE LEON)


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