São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2000

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PAINEL

Nas mãos de Macabéa
Os tucanos chegam ao dia da eleição acreditando que as chances de derrotar Maluf são reduzidas. A atenção da máquina de Alckmin se volta hoje para o corpo-a-corpo com os miseráveis: "São os que ganham até três salários mínimos que vão decidir a sorte da eleição", diz um estrategista do tucanato.

Aflição tucana
Tinha-se ontem como certo no tucanato paulista que votos de Romeu Tuma teriam se desgarrado do xerife nas últimas 48 horas e migrado preferencialmente para Paulo Maluf. O clima predominante na seara de Geraldo Alckmin é de apreensão. E um resto de esperança.

Contra o desemprego
O exército tucano de Alckmin contava na sexta-feira com pelo menos 2 mil porta-bandeiras espalhados pela cidade. Militância "fervorosa" e com "amor à camisa", segundo o PSDB. A tropa de hoje deve ser bem maior.

Na encruzilhada
Caso não vá ao segundo turno, Paulo Maluf sabe que sua derrocada política pode ser semelhante à de Orestes Quércia. Passando para a próxima etapa, o pepebista pode até ser derrotado por Marta. Mas já terá se cacifado para disputar o governo do Estado em 2002. Como oposição ao PT e ao governo Covas.

De olhos bem fechados
O histórico antimalufismo dos petistas entra no dia de hoje em regime de greve branca, pelo menos na alta cúpula do partido. O comando da campanha de Marta Suplicy só não quer uma coisa: enfrentar o tucano Geraldo Alckmin no segundo turno.

Na boca da urna
Lideranças do PPS devem anunciar ainda hoje à noite, com a projeção das urnas nas mãos, o apoio a Marta Suplicy no segundo turno. No caso, é claro, de Erundina estar fora da disputa. A intenção é forçar logo uma definição do partido, constrangendo sua ala mais conservadora.

Punhos de renda
Até Franco Montoro foi lembrado na autocrítica interna que os tucanos faziam ontem pela demora com que Alckmin reagiu aos ataques que recebeu. Montoro mandou Reynaldo de Barros, candidato de Maluf em 82, calar a boca num debate. Teria faltado um pouco desse "espírito" aos social-democratas.

Foi o mordomo
Tasso Jereissati pôs na conta de Serra, e não na de FHC, o generoso empréstimo que o BNDES fez à Prefeitura de Fortaleza. O dinheiro chegou à véspera da eleição e foi liberado por Francisco Gros. Mas a combinação foi feita à época em que Andrea Calabi, ligado ao ministro da Saúde, tinha a chave do cofre.

Borracha política
Responsabilizar José Serra pelo empréstimo que revigorou a candidatura de Juraci Magalhães (PMDB) e ajudou a tirar o favoritismo de Patrícia Gomes (PPS), a ex de Ciro, em Fortaleza é conveniente para Tasso. Assim fica mais fácil dialogar com FHC sobre a sucessão de 2002.

Garoto tinhoso manhoso
Garotinho orientou correligionários a descarregar votos hoje em Cesar Maia (PTB) na eleição carioca. Avalia que será mais simples formalizar o apoio e se associar a uma eventual vitória de Luiz Paulo Conde (PFL) se a adversária não for Benedita da Silva (PT), a vice-governadora.

Ouro eleitoral
José Genoino largou na frente. O petista contabilizou a participação em cerca de 160 comícios pelo interior de São Paulo. De olho na indicação do partido para a sucessão de Mário Covas.

Estação EJ
Há quase dois anos prestando serviços sem concorrência para o Denatran, a Montreal Informática pode ser levada ao "sacrifício" de continuar com o trabalho: o Ministério da Justiça ainda nem sequer tentou cassar as liminares que há mais de um mês suspenderam a licitação para a escolha de nova empresa.

TIROTEIO

Recado do presidenciável Ciro Gomes (PPS) ao seu aliado Tasso Jereissati, ao comentar a convivência amena do governador com o prefeito de Fortaleza e rival Juraci Magalhães (PMDB):
- Tasso deixa correr muito frouxo. Ele só discute política em época de eleição.

CONTRAPONTO
O que é isso, companheiro?

Luiza Erundina (PSB) e José Genoino (PT) têm afeição pessoal um pelo outro. Adversário da ex-prefeita na eleição paulistana, o deputado reagiu no início da semana às críticas que ela dirigiu a Marta Suplicy. Disse pelos jornais que Erundina era uma grande figura, mas que estava dizendo coisas equivocadas sobre a candidata do PT porque estaria em má companhia.
No final do debate promovido pela Bandeirantes, na quinta-feira, Genoino foi cumprimentar Erundina. Abraçaram-se e trocaram elogios carinhosos.
Foi nesse momento que o vice da candidata do PSB, Emerson Kapaz, se aproximou. E não se conteve diante da cena:
- Genoino, você andou dizendo por aí que a Luiza está mal acompanhada...
O petista, geralmente conciliador, não perdeu a chance:
- Ué, Kapaz! Mas você não está ao lado dela?!


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