São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2000

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ENTENDA O CASO DO BANCO NACIONAL

Empréstimos fictícios
Em 1986, o Banco Nacional apresentou um rombo de US$ 600 milhões em suas contas, superior ao patrimônio líquido, de US$ 250 milhões, à época. Para encobrir o rombo, o banco forjou empréstimos fictícios, abrindo mais de 600 contas fantasmas. Os empréstimos falsos foram contabilizados como ativos bons, equilibrando o balanço

Intervenção
As operações foram sendo renovadas e ampliadas, o que resultou num rombo de US$ 9,2 bilhões em 18 de novembro de 95, quando o Banco Central interveio no Nacional. A empresa de auditoria KPMG e o BC não viram irregularidades no balanço

Proer
Para sanear o Nacional, o BC usou o dinheiro do Proer, criado duas semanas antes da intervenção. O Unibanco assumiu a parte boa, enquanto os créditos podres ficaram com o BC. O Nacional deve, hoje, R$ 15,2 bilhões aos cofres públicos

Inquérito
Em 1997, a Polícia Federal indiciou 39 pessoas no inquérito sobre as fraudes, entre elas Marcos Magalhães Pinto, ex-controlador do Nacional, e Clarimundo Sant'Anna, ex-diretor acusado de encobrir as contas fantasmas

Denúncia
A denúncia da Procuradoria da República contra 33 acusados de crimes de gestão fraudulenta e gestão temerária (Lei do Colarinho Branco) foi aceita pela Justiça no final de setembro de 97

Exclusão
Em outubro de 98, por decisão do TRF-RJ, foi retirado o nome de Ana Lúcia de Magalhães Pinto do processo por gestão temerária. Também conseguiu na Justiça tirar seu nome do processo Georg Lipsztein, outro ex-dirigente do Nacional

Sumiço
No dia 5 de abril deste ano, o BC recuperou o processo administrativo que investiga as fraudes no Nacional, desaparecido desde maio de 1998

Anulação
Em 29 de junho, os advogados de Clarimundo Sant'Anna entraram com pedido de habeas corpus pedindo a anulação da perícia contábil feita durante o inquérito. O pedido, que pode trancar quase que definitivamente a ação, está em fase de julgamento


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