|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PORTO ALEGRE
Dez candidatos, entre eles Alceu Collares (PDT) e Yeda Crusius (PSDB),
querem impedir vitória de Tarso Genro (PT), levando a disputa para o segundo turno
PT tenta chegar hoje ao quarto mandato
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O PT, representado pelo candidato Tarso Genro, tenta garantir
hoje, já no primeiro turno, o quarto mandato consecutivo na Prefeitura de Porto Alegre, assegurando pelo menos 16 anos no poder. Dez candidatos de oposição,
com mais chances Alceu Collares
(PDT) e Yeda Crusius (PSDB),
buscam levar a disputa ao segundo turno.
Tarso desenvolveu uma campanha voltada para obter a sua eleição no primeiro turno. Collares e
Yeda, ajudados pelos demais candidatos oposicionistas, empreenderam esforço para haver uma segunda rodada de votação, pretendendo bipolarizar a disputa e quebrar a hegemonia petista.
Prefeito da capital gaúcha no
período 93-96, Tarso defende um
quarto mandato para o PT com o
argumento de que o partido, dando continuidade às administrações anteriores, pode aprofundar
o combate à miséria, investir em
tecnologia e ampliar a participação popular nas decisões de governo.
Collares, ex-governador (91-94)
e também ex-prefeito (86-88),
pregou o "antipetismo", classificando a permanência do PT no
poder como uma "ditadura". Ele
repetiu, em seus pronunciamentos, que, em três anos como prefeito, fez mais obras que o PT
(com o agora governador Olívio
Dutra, Tarso e o atual prefeito
Raul Pont) em 12.
A campanha de Collares dividiu
o PDT, que tem representantes
seus como secretários no governo
do Estado. A ala tida como à esquerda no PDT não acompanhou
a candidatura do ex-governador e
deve votar em Tarso.
Yeda, que se apresentou como
candidata alinhada ao governo
Fernando Henrique Cardoso,
usou como mote de sua campanha a "igualdade". Ex-ministra do
Planejamento no governo Itamar
Franco, ela prometeu até criar
uma "Secretaria para a Igualdade", caso vença a eleição.
Detentora do maior espaço na
propaganda eleitoral, a tucana
usou a experiência adquirida na
eleição de 1996 -vencida por
Pont no primeiro turno- para
criticar o PT e apresentar projetos
alternativos à cidade.
Além da disputa com o PT, Yeda e Collares travaram uma batalha particular para definir quem
iria a um eventual segundo turno.
Collares acusou Yeda de ser "hipócrita" ao defender a igualdade
e, ao mesmo tempo, participar de
um governo que, conforme ele,
promove as diferenças sociais.
Ela, por sua vez, acusou Collares
de vacilar quanto à sua definição
partidária. "Collares diz que é o
anti-PT, apesar de carregar a bandeira do PT", referindo-se à aliança entre PDT e PT para o governo
do Estado nas eleições de 98.
Uma vitória de Tarso poderá
credenciá-lo para futuras disputas de cargos executivos mais graduados, o governo do Estado e até
a Presidência, para a qual já foi cogitado.
Tarso, tido como moderado no
espectro petista, negou a hipótese
de não cumprir integralmente o
mandato de prefeito, se for o vitorioso, o que o afastaria das eleições de 2002.
Diferentemente de outras capitais, onde os prefeitos se candidataram a um novo mandato, Tarso
é postulante após uma disputa interna no PT. Em convenção, apesar da aprovação de 42% da população (avaliação de ótimo e
bom), segundo ranking de prefeitos do Datafolha, Raul Pont foi
derrotado por Tarso.
Texto Anterior: Palmas: Pefelista é acusada de benefício do governo Próximo Texto: Goiânia: Após confusão, primeiro turno chega ao fim Índice
|