São Paulo, Segunda-feira, 01 de Novembro de 1999
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PAINEL

Na fogueira
Tucanos acham que Padilha sabia das falcatruas no DNER e que a sindicância aberta pelo ministro não passou de cortina de fumaça. "A lista é pública. Bastava conferir. Não precisava nem de sindicância", diz Alberto Goldman (SP), que é ex-ministro dos Transportes.

Explicação padrão
Padilha (Transportes) ligou ontem a FHC para explicar a acusação de que paga-se propina para quitar precatórios no DNER. Desligou achando que estava tudo bem. Os ex-ministros Mendonção e Clóvis Carvalho tiveram a mesma sensação, nas crises de suas pastas.

Corpo fora
Para se livrar da acusação de corrupção no DNER, Padilha deve fazer carga contra os procuradores do órgão. Já há algum tempo o ministro estaria colecionando "sinais exteriores de riqueza" dos subordinados. Só não explica por que não chamou logo a Receita Federal.

Carga pesada
O PMDB decidiu: vai cerrar fileiras em defesa de Padilha. A agenda negativa do partido dobrou: além da designação de Luiz Estevão (DF) para sub-relator do PPA, agora precisa explicar as propinas para a quitação de precatórios do DNER.

Terreno minado
Líderes do PT que foram ontem a Mundo Novo (MS), onde foi assassinada no sábado a prefeita do partido Dorcelina Folador, estão preocupados em conter as reações do MST. A ex-prefeita foi sem-terra e a direção do PT prevê o acirramento dos conflitos agrários na região.

Vespeiro intocado
O relatório de Mussa Demes (PFL-PI) sobre reforma tributária não mexe no sistema ""S" (Sesi, Sesc, Senai). Detalhe: esse dinheiro tem sido, em algumas ocasiões, manipulado por tubarões de entidades empresariais.

Balão de ensaio
O PFL vai engajar Jaime Lerner (PR) e Roseana Sarney (MA) nas campanhas de seus candidatos a prefeito, no ano que vem. O partido não quer abrir já que dificilmente terá candidato próprio em 2002.

Sociologia eleitoral
Os tucanos devem realizar fóruns pelo país no início do ano que vem. Para definir o discurso da sigla para as eleições municipais e prestar contas do que fez e deixou de fazer no poder.

Fórmula ACM
A comissão do Congresso de combate à pobreza deve propor que parte da CPMF vá direto para programas sociais. A CPMF, que já foi de 0,20%, está hoje em 0,38%. A idéia é não voltar a 0,30% a partir de junho de 2000, como previsto em lei, e pegar esses 0,08% e vincular a programas contra a miséria.

Saindo do forno
O relator da comissão de combate à pobreza, Roberto Brant (PFL-MG), está fechando proposta para dar um salário a indigentes com filhos de até 14 anos. A fatia de 0,08% da CPMF deve render R$ 200 mi por mês. Indigente, diz a ONU, é quem ganha até R$ 50 mensais.

Orelhas quentes
Está com os dias contados a afirmação de que as paredes do Ministério da Justiça têm ouvido. Depois de passar por uma ampla reforma, que o deixou ao gosto do novo inquilino, o gabinete de José Carlos Dias foi isolado acusticamente.

Boquinha
O PMDB arrumou um lugar para o ex-deputado Luiz Gonzaga Motta, que não se reelegeu. Totó, como é mais conhecido, queria o Dnocs, mas os tucanos cearenses chiaram e ele vai trabalhar na assessoria de Fernando Bezerra (Integração).

Vôo perigoso
Na Receita Federal, cúpula e técnicos consideram ""absurdas" as reivindicações das empresas aéreas, especialmente a do fim do imposto estadual (ICMS) sobre tarifas. A proposta foi feita a Mussa Demes, relator da reforma na Câmara.

TIROTEIO

Do deputado estadual Paulo Teixeira (PT-SP), sobre o encontro de Anthony Garotinho com o ex-prefeito Paulo Maluf:
- Resta saber se o conflito que ele criou com o PT é para trocar o apoio da legenda que ele chama ofensivamente de ""Partido da Boquinha" pelo do ""Partido da Mão Grande".

CONTRAPONTO

Sincretismo político
Tucano como o presidente Fernando Henrique Cardoso, Almir Gabriel acha que é discriminado na distribuição dos cargos federais no Pará em favor de Jader Barbalho (PMDB).
Gabriel se queixou diversas vezes ao presidente, sem sucesso. Para espicaçar FHC, o governador resolveu procurar o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Conversou sobre uma coligação PFL-PSDB nas eleições municipais, mas deu a entender que recorreu a ACM porque FHC não tratava Jader com firmeza.
Semana passada, Jader deu o troco. Numa viagem ao Pará, atacou violentamente o governador:
- Quando o conheci (o governador) ele era ateu.
Referindo-se à festa do Círio, realizada no segundo domingo de outubro, em Belém, prosseguiu:
- Há poucos dias, era devoto de Nossa Senhora de Nazaré.
E arrematou:
- Agora reza para o Senhor do Bonfim!


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