São Paulo, Quarta-feira, 01 de Dezembro de 1999


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PAINEL

Rejeição federal

O PMDB e o PSDB do Senado estão vetando Teresa Grossi para a diretoria de Fiscalização do Banco Central, anunciada ontem. A economista é citada quatro vezes no relatório da CPI dos Bancos -participou do socorro aos bancos Marka e FonteCindam. Sem os dois partidos, o nome não será aprovado pela Casa, como exige a lei.

Papel fundamental

Teresa Grossi foi quem pediu à BM&F que enviasse uma carta ao BC dizendo que haveria "risco sistêmico" se os bancos Marka e o FonteCindam quebrassem. A carta serviu de justificativa para o socorro de US$ 1,5 bi dado aos ""banquinhos".

De A a Z

Há reação em todos os partidos à indicação de Teresa Grossi para a fiscalização do BC, mas o veto é articulado por PMDB (patrono da CPI dos Bancos) e PSDB. Os tucanos temem que a oposição aproveite o episódio para desgastar FHC. ACM estaria convencendo Armínio Fraga (BC) a indicar outro nome.

Manobra brasiliense

Armínio Fraga está sendo aconselhado a recuar na indicação de Teresa Grossi e a compor com o Senado, que o apoiou na demissão de Luiz Carlos Alvarez quando o então diretor de Fiscalização criticou o relatório final da CPI dos Bancos.

Justificativa palaciana

Embora o Banco Central tenha feito o anúncio, FHC ainda não havia batido o martelo para a indicação de Teresa Grossi para a fiscalização do BC. Outros quatro nomes passaram a ser analisados por Armínio Fraga.

Jogo casado 1

A reeleição de Arraes para o comando do PSB joga água fria nas conversas de Erundina com o PPS e o PMDB para a eleição de 2000. Eventual aliança dependerá do aval da Executiva.

Jogo casado 2

Apesar de Erundina tender a disputar a sucessão de Pitta, se houver restrição da Executiva Nacional do PSB às alianças em SP, ela revê sua candidatura.


Efeito Supremo

Está sobre a mesa do ministro Waldeck Ornélas (Previdência) parecer jurídico afirmando que o fator previdenciário (nova fórmula de cálculo das aposentadorias do setor privado) é ilegal e será derrubado na Justiça.

Avança, Brasil

O 1º mandato de FHC desempregou 2,5 milhões de pessoas, segundo o Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) de 1998, divulgado ontem.

Vergonha nacional

Apesar de o lobby dos juízes classistas tentar esvaziar a Câmara hoje, a extinção da categoria tende a ser aprovada. Mas não deve ser aquele passeio.

Adoram uma boquinha

Juízes classistas têm renomeado colegas por todo o país, mesmo aqueles com problema judicial. A idéia é criar um fato consumado e permitir que os""novatos" tentem segurar a cadeira em processos na Justiça.

Versão oficial 1

O Banco Central, via assessoria de imprensa, diz que não há influência política alguma ou de outras esferas do governo na reunião em que o Copom (Conselho de Política Monetária) determina a taxa de juros básicos, hoje em 19%. Exemplo: FHC não telefona antes do encontro.

Versão oficial 2

Amaury Bier (nº 2 da Fazenda) nega defender a manutenção dos juros básicos no atual patamar ou eventual alta da taxa. ""O Copom é absolutamente independente", diz Bier, por meio da assessoria. No governo, existe debate sobre baixar, não mexer e subir os juros.

Vale tudo

O senador Luiz Estevão (PMDB) está pegando pesado para tentar reverter uma eventual cassação. Só ontem Suplicy (PT) teve de apagar 2.000 mensagens de apoio ao peemedebista que recebeu pela Internet.

TIROTEIO

De Paulo Bernardo (PT), secretário da Fazenda do Mato Grosso do Sul, sobre o relatório de reforma tributária de Mussa Demes (PFL-PI) prever imunidade tributária para empresas aéreas:
- O relatório é um monstrengo. Quem pega um ônibus do interior do Piauí para São Paulo paga imposto. Quem anda de avião não paga nada.

CONTRAPONTO

"Amore mio"
Recentemente, Rafael Greca (Turismo) esteve no Senado para falar sobre o suposto envolvimento dos bingos com o tráfico de drogas e a máfia italiana.
O ministro tentou ser bem-humorado:
- Eu não sou da Cosa Nostra, eu sou da Terra Nostra!
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) interveio, em seguida, referindo-se à heroína da telenovela da Rede Globo:
- Mas há também personagens italianos que não são bons. Um deles roubou o bebê da Giuliana!
Greca rebateu prontamente:
- Não foi um italiano, foi um representante da sociedade paulista!
Ao final do depoimento, Greca provocou Suplicy:
- O sr. precisa assistir mais à novela.
O senador paulista não se deu por vencido:
- Mas o Francesco (outro personagem italiano da novela) fez muito pior. Ele conseguiu um bebê falso e pôs na mão da Giuliana!

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