DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O general Alberto Cardoso, superior hierárquico da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), admitiu a possibilidade de investigações clandestinas, segundo a senadora Heloisa Helena (PT-AL), em entrevista coletiva após o depoimento do ministro à Comissão Externa de Fiscalização da Abin do Congresso. O general Cardoso decidiu não falar sobre o assunto porque os senadores Heloisa Helena e Arthur Virgílio (PSDB-AM) teriam sido autorizados a dar entrevista sobre ele.
Ainda segundo a senadora petista, Cardoso disse que novas acusações serão feitas por pessoas que estariam vendendo informações ou com o propósito de ameaçar o projeto da Abin.
Durante as mais de três horas de depoimento sigiloso à comissão, o general voltou a negar que a Abin, "oficialmente", tenha feito as investigações reveladas nos últimos dois meses -envolvendo personalidades como o governador de Minas, Itamar Franco, ou o filho do presidente FHC, Paulo Henrique Cardoso.
"Mas ele admitiu a possibilidade de terem ocorrido investigações paralelas", disse a senadora.
Cardoso disse que ex-funcionários ou antigos servidores do extinto SNI (Serviço Nacional de Informações) devem ser os responsáveis pelas denúncias.
Ele pediu ajuda do Congresso para tentar isolar o grupo que estaria passando as informações.
As revelações preocuparam ainda mais os parlamentares. "Não vamos negar que todos nós já estávamos e continuamos preocupados com uma estrutura de inteligência que pode ter um descontrole dessa monta. Com gente vendendo, chantageando ou usando informações com outros fins", disse a senadora.


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