São Paulo, sábado, 01 de dezembro de 2001

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Auditoria no painel pode adiar votações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Peritos em informática da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) começaram ontem a analisar os dados do painel eletrônico da Câmara, que falhou na votação do projeto que modifica a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) na última quarta-feira.
Os técnicos não confirmaram a previsão do presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), de que o painel deve voltar a funcionar na terça-feira, quando o projeto retorna à pauta de votações.
"Tecnicamente é possível fazer o trabalho de auditoria com o painel funcionando, mas o presidente [Aécio Neves" disse que quer um relatório preliminar antes de voltar a usá-lo. Ele quer explicações sobre o que aconteceu na quarta", afirmou o diretor do Cenin (Centro de Informática da Câmara), Alexandre de Brito Nobre.
Os três peritos da Unicamp enviados a Brasília -Álvaro Penteado Crosta, José Raimundo de Oliveira e Paulo Lício de Geus- se reuniram pela manhã com técnicos da Câmara e da Montreal Informática, empresa que montou o sistema eletrônico de votação da Casa.
Os técnicos indicados pelos partidos políticos para acompanhar os trabalhos não puderam participar. À tarde, os três peritos começaram a trabalhar no painel.
O primeiro procedimento foi fotografar e filmar a sala de controle para, em seguida, começar a cópia dos dados que ficam armazenados no disco do computador. No Senado, a cópia dos dados feita durante auditoria da Unicamp levou oito horas.
A previsão ontem era que esse trabalho na Câmara, com 513 deputados e mais votações registradas, demorasse mais tempo. A cópia é feita para garantir que os dados não sejam alterados.
Relatório preliminar da Montreal indica que teria havido duplicação de dados, com a inclusão de informações de votação anterior no sistema, devido a uma falha dos operadores do painel.
De acordo com o relatório, os operadores do sistema perceberam uma falha quando se preparavam para iniciar a votação simbólica, mas não puderam investigar porque o sistema não pode ser acessado durante a sessão por questões de segurança.
Após a votação simbólica, uma nova votação foi aberta. No encerramento, o sistema detectou uma "inconsistência no número interno sequencial da votação", diz o relatório preliminar.
Foi detectada duplicação no número interno de votação, consequência de uma retificação de dados feita na sessão anterior. O erro foi corrigido, e o sistema do painel acabou gravando a tabela de votação. Como Aécio Neves já havia decidido fazer votação nominal, os resultados acabaram não sendo exibidos.


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