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Berzoini quer aprovar projeto de lei de FHC
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dos primeiros passos na reforma previdenciária do governo
Luiz Inácio Lula da Silva será tentar aprovar no Congresso, a partir
de fevereiro, o projeto de lei complementar enviado por Fernando
Henrique Cardoso que impõe às
aposentadorias do setor público o
mesmo teto dos benefícios do
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) -hoje R$ 1.561.
Segundo o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, o governo pretende convencer os líderes
dos partidos a fechar um acordo
para a votação do projeto. O texto
enviado por Fernando Henrique
Cardoso, em março de 1999, fixa o
teto para os novos servidores públicos e dá aos atuais opção entre
o regime atual e o novo.
O projeto foi aprovado por unanimidade na comissão especial
criada na Câmara para apreciar o
assunto. O texto ainda não foi votado no plenário da casa.
"Mas só isso não será suficiente.
Precisamos alterar alguns dispositivos do artigo 40 da Constituição [que garante aposentadoria
integral para os servidores"",
adiantou Berzoini.
O governo Lula quer criar um
regime único de Previdência para
o setor público e para o setor privado, com o mesmo teto para o
valor dos benefícios.
Para os funcionários que quiserem complementar suas aposentadorias, haveria a opção de contribuir para um fundo de pensão,
patrocinado pelo governo (federal, estadual e municipal).
Berzoini defende como solução
para os atuais servidores públicos
-que, segundo ele, já têm alguns
direitos adquiridos- a criação de
uma regra de transição. Na prática, o período trabalhado antes da
reforma asseguraria uma aposentadoria (proporcional ao tempo
trabalhado) integral. Para o tempo de serviço posterior à reforma,
valeriam as regras do teto único.
O ministro adiantou que está fechando um modelo para um fórum de debate com vários setores
da sociedade, além de governos
estaduais e municipais e o Congresso, sobre a reforma.
No INSS, Berzoini afirma que é
preciso ampliar as medidas de
combate à sonegação e às fraudes.
"Sei que fazer isso não será fácil,
mas precisamos de mais informatização e cruzamento de dados".
Para ele, a arrecadação das contribuições da Previdência Social seria suficiente para zerar o déficit
do INSS caso a fiscalização fosse
mais efetiva. Para 2003, a previsão
é de déficit de R$ 20 bilhões.
"Além disso [combate a fraudes
e sonegação", precisamos adotar
algumas medidas legislativas para
alterar as contribuições, retirando
o peso sobre a folha de pagamento". De acordo com Berzoini, a
idéia é desonerar a folha de pagamento e aumentar a carga sobre o
faturamento.
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