São Paulo, quinta-feira, 02 de janeiro de 2003

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Berzoini quer aprovar projeto de lei de FHC

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dos primeiros passos na reforma previdenciária do governo Luiz Inácio Lula da Silva será tentar aprovar no Congresso, a partir de fevereiro, o projeto de lei complementar enviado por Fernando Henrique Cardoso que impõe às aposentadorias do setor público o mesmo teto dos benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) -hoje R$ 1.561.
Segundo o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, o governo pretende convencer os líderes dos partidos a fechar um acordo para a votação do projeto. O texto enviado por Fernando Henrique Cardoso, em março de 1999, fixa o teto para os novos servidores públicos e dá aos atuais opção entre o regime atual e o novo.
O projeto foi aprovado por unanimidade na comissão especial criada na Câmara para apreciar o assunto. O texto ainda não foi votado no plenário da casa.
"Mas só isso não será suficiente. Precisamos alterar alguns dispositivos do artigo 40 da Constituição [que garante aposentadoria integral para os servidores"", adiantou Berzoini.
O governo Lula quer criar um regime único de Previdência para o setor público e para o setor privado, com o mesmo teto para o valor dos benefícios.
Para os funcionários que quiserem complementar suas aposentadorias, haveria a opção de contribuir para um fundo de pensão, patrocinado pelo governo (federal, estadual e municipal).
Berzoini defende como solução para os atuais servidores públicos -que, segundo ele, já têm alguns direitos adquiridos- a criação de uma regra de transição. Na prática, o período trabalhado antes da reforma asseguraria uma aposentadoria (proporcional ao tempo trabalhado) integral. Para o tempo de serviço posterior à reforma, valeriam as regras do teto único.
O ministro adiantou que está fechando um modelo para um fórum de debate com vários setores da sociedade, além de governos estaduais e municipais e o Congresso, sobre a reforma.
No INSS, Berzoini afirma que é preciso ampliar as medidas de combate à sonegação e às fraudes. "Sei que fazer isso não será fácil, mas precisamos de mais informatização e cruzamento de dados". Para ele, a arrecadação das contribuições da Previdência Social seria suficiente para zerar o déficit do INSS caso a fiscalização fosse mais efetiva. Para 2003, a previsão é de déficit de R$ 20 bilhões.
"Além disso [combate a fraudes e sonegação", precisamos adotar algumas medidas legislativas para alterar as contribuições, retirando o peso sobre a folha de pagamento". De acordo com Berzoini, a idéia é desonerar a folha de pagamento e aumentar a carga sobre o faturamento.


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