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Posse com chuva atrai só 10 mil em Brasília
Palácio do Planalto previa público de 30 mil na Esplanada dos Ministérios; há quatro anos, 70 mil prestigiaram a cerimônia
O custo do evento foi de aproximadamente R$ 1,7 milhão; desse valor, R$ 600 mil foram pagos pelo PT e o restante pela Presidência
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A festa da segunda posse de
Luiz Inácio Lula da Silva levou
somente 10 mil pessoas à Esplanada dos Ministérios em
Brasília, segundo avaliação da
Polícia Militar. A previsão inicial, tanto do PT como do Planalto, era levar entre 40 mil e
50 mil pessoas.
Em 2003, 150 mil prestigiaram o evento, conforme a polícia, mas uma recontagem feita
pela Defesa Civil reavaliou esse
número para 70 mil.
O público modesto de ontem
se deve, além da chuva, ao fato
de ser apenas um ato formal, já
que Lula foi reeleito. Além disso, o próprio presidente havia
recomendado à equipe que organizou as comemorações que
gostaria de participar de uma
festa simples. O custo do evento foi de cerca de R$ 1,7 milhão,
sendo R$ 600 mil pagos pelo
PT e o resto pela Presidência.
O público, formado basicamente por militantes e famílias, começou a chegar à Esplanada dos Ministérios por volta
das 14h. O PT armou sete tendas no local para vender camisetas comemorativas por R$ 10
e R$ 15. Quem comprava uma
unidade ganhava ainda adesivos e uma bandeira do partido.
A CUT também tinha uma barraca, na qual camisetas vermelhas comemorando a segunda
posse de Lula eram vendidas a
R$ 5.
O ciclista Marcos Soares Fernandes, 42, pedalou de Mongaguá, no litoral sul de São Paulo,
até Brasília para participar da
festa. Pintor, ele passou 15 dias
na estrada para entregar uma
carta de agradecimento ao presidente Lula. "Fiz um curso de
manutenção de computadores
pago pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador)", disse.
A chuva de ontem na capital
federal parou apenas durante
alguns minutos. Para a sorte de
Lula, a trégua começou às
15h18, cerca de meia hora antes
de ele e Marisa Letícia seguirem em carro aberto para o
Congresso Nacional, local oficial da posse do presidente.
Durante o trajeto, que durou
cerca de dez minutos, um homem furou o bloqueio para fotografar o presidente, mas foi
detido pela segurança.
Nos poucos momentos sem
chuva, duas drag queens percorreram os gramados da Esplanada caracterizadas, na sua
própria definição, como "sinhá-moça" e "rebelde". "Lulistas e petistas", elas foram a
atração de crianças e adultos
que esperavam que Lula saísse
da cerimônia no Congresso.
Entre latinhas de cerveja e
churrasquinho no espeto, o público esperou durante uma hora e meia a solenidade de posse
no Congresso, depois da qual o
presidente seguiu, desta vez
em carro fechado, ao Planalto.
Já com a faixa presidencial e
no parlatório, Lula fez seu pronunciamento à nação e, logo
depois, desceu e cumprimentou os convidados em frente ao
Planalto. Nesse momento,
houve tumulto. Empresários,
funcionários do Planalto e dirigentes de movimentos sociais
disputavam espaço com seguranças para tocar no presidente e na primeira-dama, Marisa
Letícia.
Para a Polícia Militar, a chuva de ontem colaborou para
controlar os simpatizantes do
presidente. "A festa foi menos
intensa do que em 2003, quando o presidente era novidade. A
chuva atrapalhou o evento,
mas ajudou o policiamento",
disse o coronel da Polícia Militar Antonio Serra, responsável
pela equipe de 900 policiais
destacados para garantir a segurança da festa.
Somente um furto de uma
carteira e de um celular foi registrado. O único incidente no
qual a PM teve que intervir foi
quando militantes petistas e do
MR-8, um grupo ligado ao
PMDB, tentaram agredir a médica Maria Luiza Meyer, 42, e a
esteticista Cristiane Couto, 38,
que faziam um protesto contra
o governo.
Diante do Planalto, com narizes de palhaço, elas estenderam a seguinte faixa: "Seria cômico se não fosse trágico".
À noite, os shows programados pelo PT para depois da posse reuniram um pequeno público, que acabou vencido pela
chuva.
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