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Posse não lota plenário da Câmara
da Sucursal de Brasília
O plenário da Câmara dos Deputados, que ficou lotado na posse de
1995, ostentava ontem mais de setenta lugares vazios na solenidade
em que o presidente Fernando
Henrique Cardoso assumiu o segundo mandato. Os dois líderes do
PSDB, seu partido, não compareceram: Aécio Neves (Câmara) e
Sérgio Machado (Senado).
Ao todo, são 405 cadeiras, em
quatorze filas. Entre cinco e sete
cadeiras de cada fila do lado direito
de frente para a tribuna não foram
ocupadas. Só o lado esquerdo, longe da imprensa, estava cheio.
Com expressão grave, sem qualquer rasgo de humor ou ironia,
FHC foi apenas comedidamente
aplaudido ao final de seu discurso.
Também grave, mas mais incisivo, quem encerrou a cerimônia foi
o presidente do Senado e do Congresso, Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), que acabou recebendo
mais palmas do que o presidente
da República.
Enquanto o vice-presidente
Marco Maciel assinava o termo de
posse, FHC e ACM trocaram rápidos cochichos. Um telão instalado
na lateral do plenário ressaltava as
expressões sérias.
Durante o discurso de 21 minutos de FHC, um funcionário do Senado passou atrás da mesa principal, desligando os microfones das
seis outras autoridades que integravam a mesa principal. O som de
eventuais conversas paralelas poderia vazar para as televisões.
Exceto esse funcionário do Senado, FHC falou o tempo todo sem
que políticos aparecessem às suas
costas. Isso aconteceu porque
ACM determinou que os "papagaios de pirata" fossem banidos da
cerimônia.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, esqueceu a caneta. Pediu emprestada a
de Maciel, que estava do seu lado.
A solenidade começou pontualmente às 17h. Os dois únicos retardatários foram o ministro José Serra (Saúde) e o novo secretário Andrea Matarazzo (Comunicação).
Eles chegaram dois minutos atrasados, sentando-se à esquerda.
Na primeira fila estavam Ruth
Cardoso e Ana Maria Maciel, com
vestidos claros, e Arlete Magalhães, toda de preto. Também
compareceram representantes de
várias religiões, ministros, políticos e governadores.
À saída, FHC cumprimentou rápida e improvisadamente os presentes, conversando mais tempo
com o senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP).
À mesa principal, sentaram-se,
da esquerda para a direita de quem
olhava do plenário: o primeiro-secretário da Câmara, Ubiratan
Aguiar (PSDB-CE), o presidente
da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), FHC, ACM, Maciel, Celso de
Mello e o senador Carlos Patrocínio ((PFL-TO), suplente da Mesa
do Senado.
Segundo o deputado federal José
Genoino (PT-SP), só havia dois
outros políticos de oposição: o senador eleito Saturnino Braga
(PSB-RJ) e o deputado Haroldo
Sabóia (PT-MA).
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Do lado de fora
A posse de FHC reuniu ontem
um público de cerca de 1.500 pessoas nas ruas de Brasília, menos da
metade do registrado em 95, quando FHC assumiu a Presidência pela primeira vez.
Na Esplanada dos Ministérios
havia cerca de 500 pessoas, espalhadas por toda a área. As demais
se concentraram em frente ao
Congresso e na Praça dos Três Poderes. Todas as estimativas são do
comando da Polícia Militar.
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