São Paulo, sábado, 2 de janeiro de 1999

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DF
Roriz critica Buarque, que é vaiado pela torcida de seu sucessor
Transmissão de cargo segue "clima de guerra" da eleição

ALEX RIBEIRO
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília

A transmissão de cargo no governo do Distrito Federal foi marcada pelo mesmo clima de guerra que dividiu Brasília na eleição.
O discurso do ex-governador Cristovam Buarque (PT) foi interrompido por vaias de partidários do empossado Joaquim Roriz (PMDB) que lotavam o salão nobre do Palácio do Buriti, sede do governo do DF.
Às 11h, na assinatura do termo de posse no cargo de governador na Câmara Distrital, Roriz evitou ataques a Cristovam. Na saída, disse em entrevista que daria continuidade, "com os ajustes necessários", aos programas sociais do antecessor, como o bolsa-escola.
Mais tarde, na cerimônia de transmissão do cargo, o tom do governador mudou e ele passou a atacar mais abertamente Buarque.
Quando entraram no salão nobre do Palácio do Buriti, a platéia se dividiu, gritando os nomes do ex-governador e do atual. A torcida de Roriz era maior, e Cristovam não conseguia ser ouvido.
Mais tarde, na posse do seu secretariado, Roriz disse que sua equipe terá de "reconstruir o DF".
Roriz saiu caminhando do palácio para cumprimentar cerca de 6.000 pessoas, segundo a PM, que se aglomeravam em frente ao palácio. Ao mesmo tempo, um cortejo com seis caixões de madeira, simbolizando um enterro, cruzou o caminho de Roriz. O cortejo era puxado por um jegue carregando um boneco do ex-governador.
A comissão de posse de Roriz mobilizou seis trios elétricos, mais de 300 ônibus e distribuiu um vale a quem compareceu à posse que dava direito a lanche.



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