São Paulo, Quarta-feira, 02 de Fevereiro de 2000


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PAINEL

Telefone ocupado

O ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, tem em mãos uma proposta de cerca de R$ 1,5 bilhão da Tele Centro Sul para a compra da parte da Telefônica na gaúcha CRT. A pasta foi preparada e entregue ao ministro pelo presidente da Telecom Italia, Roberto Colaninno. O negócio está para ser fechado. A discussão é o preço.

Reajuste barnabé

No Palácio do Planalto, assessores dão como certo que o aumento do salário mínimo deste ano será acompanhado de reajuste do funcionalismo. Será o primeiro em cinco anos. Os ministros da área econômica já começaram as discussões.

Invasão ianque

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu aos deputados Luiz Antônio Medeiros (PFL-SP) e Paulo Paim (PT-RS) que mudassem seu projeto de aumento do mínimo para US$ 100. Ficou preocupado com a dolarização da economia.

Tamanho do negócio

A Agência Nacional dos Transportes, que sucederá o DNER, vai licitar 20 mil quilômetros de infovias, por onde vão passar cabos de transmissão de dados.

Idas e vindas

O governo desencadeou ontem uma operação atabalhoada para abafar a demissão de Orlando Villas Bôas da Funai. Ele recebeu dois convites. Um de Andrea Matarazzo (Comunicação Social) para fazer um site sobre índios. O outro, de José Carlos Dias (Justiça), para o conselho indigenista da Funai.

Balão de ensaio

O conselho de bispos da Igreja Universal decidiu ontem indicar o Bispo Wanderval para ser o vice na chapa de Marcos Cintra (PL) à Prefeitura de São Paulo. O partido diz que vai ter candidato próprio, mas tem mantido conversas com Erundina (PSB) e Emerson Kapaz (PPS).

Bicada de tucano

De Aécio Neves (PSDB-MG), sobre Inocêncio Oliveira (PFL-PE) já estar em campanha para presidente da Câmara a mais de um ano da eleição: "Por enquanto, tudo é treino. O jogo de verdade começa quando o PSDB entrar em campo".

Andarilho eleitoral

Teotônio Vilela Filho, presidente do PSDB, peregrinará pelo país para preparar a campanha municipal do seu partido.


Botando fogo

Pesquisa revela que 69% dos juízes do Trabalho defendem a paralisação da categoria se, até março, não for definido o teto salarial do servidor público. O estudo foi feito pela Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho), que ouviu 32% dos seus associados.

Bombeiros

Segundo a pesquisa da Anamatra, apenas 28% dos juízes do Trabalho não aceitam que a categoria entre em greve no mês de março. Os outros 3% votaram em branco.

Disputa minuciosa

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) recebeu ontem representação da Kaiser contra a AmBev. A empresa alega que a Brahma comprou espaço publicitário para as transmissões na TV do Pré-Olímpico de Futebol, mas quem anuncia é a Antarctica.


Jeitinho brasileiro

Famosa pela festa do boi-bumbá, Parintins (AM) recebe FHC na segunda num momento delicado. A cidade enfrenta um racionamento de energia elétrica de duas em duas horas. Quando metade tem luz, a outra não tem. Mas FHC não vai ficar no escuro. A programação prevê que o presidente estará sempre na metade iluminada.

Na terra de ACM

A Lei da Mordaça (que impede promotores, juízes e delegados de divulgarem informações de processos sob investigação) está fazendo escola na Bahia. A Câmara Municipal de Salvador deve votar depois de amanhã projeto que permite punir vereador que divulgar deliberação ou debate considerado sigiloso.

TIROTEIO

Do deputado estadual Edson Aparecido (PSDB), sobre as críticas de ACM (PFL) a Covas:
-ACM critica São Paulo, mas, a qualquer espirro, vem se tratar aqui. Na hora do destempero, o senador deveria se lembrar que há 1,2 milhão de baianos morando em São Paulo. E todos dependem de Covas para acabar com a guerra fiscal.

CONTRAPONTO

No lugar errado
Nos anos 60, estudantes e militantes de esquerda de Manaus fizeram um protesto improvisado contra o governo em frente ao Hotel Amazonas.
Como tudo foi feito em cima da hora, não conseguiram instalar um palanque nem alugar um equipamento de som. Os discursos teriam de ser feitos por meio de um megafone.
O primeiro a falar seria o deputado Francisco Queiroz (MDB). Logo que começou, os manifestantes se depararam com um inconveniente: como não havia palanque, as pessoas não conseguiam ver o orador.
A solução foi colocar o deputado nos ombros de um militante forte. Enquanto Queiroz falava, chegou a Polícia Militar. Um capitão foi logo gritando:
- Prendam o orador!
O deputado respondeu:
- Não posso ser preso. Sou deputado.
Os soldados olharam para o capitão que, astuto, disparou:
- Não tem problema. Prendam o "palanque".
Sem "palanque", o ato acabou.


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