São Paulo, quarta-feira, 02 de fevereiro de 2005 |
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TODA MÍDIA Filtro prévio
Nelson de Sá Em breve comentário, o "Financial Times" escreveu que a ordem para as pesquisas do IBGE serem "filtradas pelo Ministério do Planejamento" é resultado do "embaraço" com o levantamento sobre obesidade, semanas atrás: - Estranhamente, Lula não questionou os números recentes do IBGE, apontando queda no desemprego. Surpreende? O IMPENSÁVEL
O blogueiro pró-republicano Matt Drudge ironizava ontem um "colunista liberal" americano que estaria perguntando "a seus amigos o impensável": - O presidente George W. Bush poderia estar certo sobre o Iraque desde o começo? Era um colunista do "Chicago Sun-Times", mas outros pelos EUA pareciam se questionar na mesma linha, diante do sucesso da eleição no Iraque. Christopher Hitchens, por exemplo, "liberal" mas favorável à invasão desde o princípio, também foi cortante em seu texto na revista on-line Slate, intitulado: - Repitam depois de mim: o Iraque não é o Vietnã. O "Washington Post" destacou a reação -no ar- do radialista Rush Limbaugh, o mais célebre dos "formadores de opinião" pró-Bush. Ironizando "a surpresa da mídia com o comparecimento" às urnas, ele disse que a cobertura não viu antes o "sentimento pró-liberdade no Iraque porque não procurou". Folhetim O assalto à residência dos apresentadores do Jornal Nacional correu avidamente por rádio e web, em enunciados retumbantes de que não estariam no telejornal etc. O Jornal da Record deu manchete: - Ladrão entra na casa dos apresentadores do JN. William Bonner reage e é ferido. O JN não deu manchete, mas o primeiro bloco foi voltado à interpretação dramática, pelo apresentador substituto, de uma nota do próprio Bonner. Mais eleição No rastro do êxito iraquiano, os sites do "New York Times" e outros noticiavam ontem que vem aí votação no Haiti, onde estão os soldados brasileiros das tropas da ONU. As eleições municipais serão em outubro e as nacionais, inclusive a presidencial, em novembro. Quase cem partidos se inscreveram, até o do ex-presidente Jean Bertrand Aristide. Ontem à noite, um despacho de agência dizia que o próprio Aristide talvez participe. CELEBRIDADES
Para o "El País", reproduzido por UOL e Jovem Pan, Lula desencadeou "um furacão de mídia" no Fórum Econômico de Davos e "é o único que consegue competir com as estrelas de Hollywood." O texto, ontem, foi parte dos esforços de ironia com Davos, tomada por Sharon Stone e outras celebridades. A novidade, no rescaldo da cobertura, foi que também o Fórum Social de Porto Alegre recebeu seu quinhão. O alvo do "Los Angeles Times" foi o ministro da Cultura, Gilberto Gil, "retratado recentemente na revista "Vanity Fair" e sempre à disposição para dar brilho de celebridade às conclamações contra a miséria e a devastação". Não só ele: a seu lado, como sublinhou a cobertura, o letrista do Grateful Dead, John Perry Barlow. Porta-bandeira do software livre, Gil protagonizou textos do "Le Figaro" ao "La Vanguardia", de Barcelona, que se perguntava, já no enunciado, "o que tem a ver batucada com internet?". Uma longa reportagem da agência Reuters, também ontem em vários sites, lembrou que Gil pôs músicas "de graça" na web -e anunciou que "O Brasil dá nova forma ao debate sobre a propriedade intelectual". Texto Anterior: Bolsa-família: Lula participa da entrega de cartões em Guarulhos Índice |
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