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Foco
Com Maluf, Genoino e Palocci, posse na Câmara teve até "sambadinha"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com discursos sobre como melhorar a imagem da
Câmara, deputados novatos,
parlamentares antigos e figuras há muito conhecidas
tomaram posse ontem.
Das 513 vagas na Câmara,
244 foram preenchidas por
congressistas em primeiro
mandato ou por políticos
que estavam afastados, como Paulo Maluf (PP-SP) e
José Genoino (PT-SP).
"Espero que tudo o que
aconteceu de ruim na legislatura passada seja expurgado. Como há melhoria na
tecnologia, espero uma
grande melhoria no comportamento político", disse Maluf, acusado de corrupção e
de manter conta no exterior
com supostos recursos públicos. Ele se diz inocente.
Para petistas, a expressiva
votação obtida pelo partido
demonstra que o povo concluiu que o PT acerta mais
do que erra. "É a segunda
maior bancada da Câmara",
comemorava José Mentor
(PT-SP), suspeito de ter recebido recursos ilegais do
chamado "valerioduto".
Derrubado pelo escândalo
do mensalão, Genoino preferiu não falar. Estrela do governo Lula que caiu sob suspeita de ter determinado a
violação do sigilo bancário
de um caseiro que o acusava,
o ex-ministro Antonio Palocci também economizou
palavras. "É boa", foi sua resposta à pergunta sobre a expectativa do mandato. Ontem, inclusive, o Ministério
Público de São Paulo Eleitoral pediu ao TSE que rejeite
as contas da campanha de
2006 do ex-ministro.
Aos 25 anos, Manuela D'Ávila (PC do B-RS) disse esperar que "os 513 [deputados]
tenham a mesma vontade de
fazer com que o Congresso
se aproxime da população".
A sessão foi marcada por
cenas pouco comuns do
Congresso. O deputado Willian Woo (PSDB-SP) sambou no Salão Verde da Câmara. Disse que a dança era
para mostrar o desejo "de recuperar a imagem" da Casa.
Já o ex-deputado Roberto
Jefferson (PTB-RJ), que visitava a Casa, circulava pelos
corredores com um inusitado discurso: "Meu candidato
é o Chinaglia, é regimental e
eu não gosto de arranjos".
Após um período afastado,
Jefferson reassumiu a presidência do PTB, da base parlamentar do governo Lula.
Ele disse não ter cruzado
com nenhum dos deputados
que denunciou, mas que, caso isso ocorresse, não se esquivaria. Mágoa, mesmo, só
demonstrou ao falar sobre o
ex-presidente do PL (hoje
PR), deputado Valdemar
Costa Neto (SP). "Ele só joga
no atacado. Engordando do
jeito que o PR está? Você
acha que o Valdemar tem esse poder de sedução?"
Ao participar das articulações pela presidência da Casa, Jefferson mira uma eventual anistia dos seus direitos
políticos. Para obtê-la, deve
recolher um milhão de assinaturas e apresentar projeto
de lei.
(LEONARDO SOUZA, VINICIUS ABBATE E SILVIO NAVARRO)
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