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São Paulo, domingo, 02 de março de 2003

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PAINEL

Mão federal
O Planalto está prestes a aceitar acordo proposto por Rosinha Garotinho para antecipar ao Rio de Janeiro os royalties pela exploração do petróleo no Estado. Mas, em vez de adiantar agora o pagamento de quatro anos, como queria a governadora, Lula decidiu pagar ano a ano.

Sob vigilância
Lula quer pagar ao Rio anualmente pelos royalties do petróleo para manter a rédea curta em Garotinho (PSB). O petista avalia que, se antecipasse agora por quatro anos, deixaria o seu provável adversário em 2006 livre para atacá-lo desde já.

Apetite voraz
O Rio recebeu R$ 13 bi em 1999 por 20 anos de participação na exploração de petróleo no Estado. Na época, o dólar foi cotado a R$ 1,80. O barril de petróleo, a US$ 17. Como esses indicadores quase dobraram, Rosinha quer receber mais R$ 13 bi em 20 anos. Ou R$ 3,25 bi nos quatro anos de seu mandato.

Outra situação
Paulo Hartung (ES) reivindica receber R$ 319 mi de adiantamento pelos royalties do petróleo de quatro anos. Como o governador é aliado de Lula, o pagamento deve ser feito à vista.

Fatura empresarial
Paulo Skaff, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil, esteve duas vezes com Lula desde o início do ano. O empresário, que apoiou o petista já no primeiro turno, quer simpatia do Planalto à sua candidatura à presidência da Fiesp.

No limite
O Ministério da Justiça está há duas semanas sem açúcar. Funcionários se cotizaram para comprar alguns quilos e frascos de adoçante para não serem obrigados a tomar café amargo.

Jogo das cadeiras
Iris Rezende (PMDB-GO), mulher e xará do ex-governador Iris Rezende, assumiu o mandato de senadora no lugar de Maguito Vilela, que se licenciou por cinco meses para cuidar de "problemas pessoais".

Baião-de-dois
A cúpula do PMDB aposta que Maguito Vilela não reassumirá sua cadeira. Teria feito um acordo para ceder metade de seu mandato a Iris, sua primeira suplente. Os dois negam o acordo.

Século 21
O TST recebeu esta semana relatório do Judiciário do Pará apontando a ocorrência de exploração de trabalho escravo em Redenção, no interior do Estado. Ao todo, são 402 pessoas mantidas em duas fazendas.

De mal a pior
Em 94, FHC dizia que havia 25 mil trabalhadores escravos no país. Hoje, o presidente do TST, Francisco Fausto, acredita que eles são ainda mais numerosos. "É uma situação tétrica", afirma o ministro, defendendo a expropriação das terras de quem explore o trabalho escravo.

Unha-de-fome
Conhecido pão-duro, o petista Olívio Dutra (RS) almoça todo dia no "bandejão" do Ministério das Cidades: "Só paro de comer aqui quando me apresentarem um restaurante mais barato do que esse", ironiza o ministro.

Em casa
José Alencar (PL-MG) tem evitado sair do Palácio do Jaburu. Introvertido, o vice-presidente fica incomodado por ter de mobilizar o aparato de segurança toda vez que precisa se deslocar.

Assombração dispensada
A nova liderança do governo no Congresso demitiu mais de dez funcionários, sob a alegação de que eram fantasmas. Teria sobrado até para apadrinhados de figuras importantes da administração FHC.

TIROTEIO

Do procurador da República Nicolao Dino, ao saber que o vice-presidente do STJ, ministro Edson Vidigal, acusou o procurador Pedro Taques de ser um "analfabeto no meio jurídico":
- O ministro Vidigal (cujo filho é suspeito de envolvimento em suposto esquema de negociações de decisões) está agindo como advogado de defesa do filho. Mas a magistratura pressupõe imparcialidade e sobriedade, sobretudo no trato com autoridades que estão atuando em nome do interesse público.

CONTRAPONTO

Patadas já!

Em 1982, o PT organizava em Minas Gerais comícios relâmpagos contra a eleição de Tancredo Neves para o governo estadual.
Num final de tarde, na periferia de Caratinga, o ex-deputado Agostinho Valente, atual assessor do ministro Guido Mantega (Planejamento), suava em cima de uma caminhonete em meio a uma praça vazia.
De repente, surgiu um provocador. Diante do palanque improvisado, gritou:
- Fora, comunistas! Viva Tancredo!
Irritado, Valente se dirigiu ao manifestante e disse:
- Vou mostrar como somos democráticos. Vou dar a palavra aos eleitores do PMDB.
O cidadão, que estava montado em um burro, se animou por alguns segundos, mas Valente não perdeu a chance de esculhambar o adversário político:
- Quem vai falar primeiro: o de baixo ou o de cima?


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