São Paulo, terça-feira, 02 de março de 2004

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PAINEL

Para a torcida
O Planalto já não alimenta ilusão de aprovar a medida provisória dos bingos sem modificações. Ficará satisfeito se regulamentar o jogo com alguma restrição -mas mantendo o discurso de que quer proibi-lo.

Dentro de casa
No fim de semana, Lula manifestou a pelo menos um interlocutor seu desgosto com o "fogo amigo" produzido por petistas. O radar do presidente identificou disparos até de integrantes do chamado "núcleo duro" do governo contra José Dirceu.

Na pior hora
Além de preocupado com a cizânia palaciana, Lula mostrou-se abatido pela retração do PIB. Lamenta que a notícia tenha vindo a público no momento em que, segundo sua avaliação, a poeira do caso Waldomiro Diniz havia começado a baixar.

Pelas bordas
A "agenda negativa" da economia fez ressurgir antiga pressão sobre Antonio Palocci: parlamentares petistas reivindicam a exclusão dos investimentos das estatais no cálculo do superávit primário. Avaliam que a medida liberaria algo como R$ 20 bilhões anuais para obras.

Maracujina
Em público, o ministro da Fazenda rejeita modificar qualquer cláusula do acordo com o FMI. Em privado, aceita a possibilidade, em determinados cenários, de revisão pontual. Não se sabe se fala sério ou se apenas tenta acalmar os descontentes.

Bola da vez
Miro Teixeira desagradou a governistas ao criticar a reforma política, parte da encenação montada para enterrar o assunto Waldomiro Diniz. O líder na Câmara rebate: não foi consultado sobre priorizar a reforma.

Fora do roteiro
A votação do PPA pode atrasar uma semana por causa de uma falha da gráfica do Senado.

Canto da sereia
O governo se esforça para convencer o ministro Ciro Gomes a permanecer na Integração Nacional, em vez de disputar a Prefeitura de Fortaleza. Teme-se que, na atual crise, sua saída passe a impressão de que a aliança governista não é tão sólida.

Longo prazo
O PMDB tem resistido a fechar alianças com o PT para as eleições municipais, principalmente em cidades do interior. Parcerias que estavam praticamente certas passaram a correr risco por conta da repercussão negativa do caso Waldomiro.

Água de coco
Ungido pelo PFL para disputar a Prefeitura de Salvador, César Borges ainda não leva vida de candidato. Enquanto adversários corriam a capital baiana em campanha, o senador passou o fim de semana em seu barco na baía de Todos os Santos.

Trenzinho carioca
O Superior Tribunal de Justiça vai enviar ao Congresso projeto de lei que cria 21 cargos e 12 funções comissionadas (que dispensam concurso público) para o Centro Cultural da Justiça Federal no Rio. Estima-se que o custo mensal atinja R$ 100 mil.

Resistência interna
Parte dos ministros do STJ foi contra a idéia de criar 33 cargos no Rio. Alegaram que não é hora de onerar a folha de pagamento. O centro cultural funciona atualmente com servidores cedidos pela Justiça carioca.

Visita à Folha
Romeu Chap Chap, presidente do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Maria Silvia Carneiro, assessora do Secovi-SP.

TIROTEIO

Do deputado federal Beto Albuquerque (RS), vice-presidente nacional do PSB, sobre o fato de o PT querer indicar o candidato em quase todos os municípios onde se estudam alianças dentro da base governista:
-A sigla de Lula não costuma ser solidária com outros partidos. Mas é fundamental que o PT não seja egoísta em sua previsão de crescimento nas eleições municipais deste ano.

CONTRAPONTO

Aves carnavalescas

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Sepúlveda Pertence, participou no sábado passado, na cidade do Panamá, de um jantar oferecido pelo presidente do Instituto Interamericano de Direitos Humanos, Roberto Cuéllar.
Ao chegar no local do evento, o ministro brasileiro foi recebido com efusivos cumprimentos de seu anfitrião:
-Saiba que fiquei muito feliz com a vitória de seu colibri!
Ao perceber que Pertence não entendera a saudação, Cuéllar deu novas explicações:
-Você sabe... colibri, mulatas, Carnaval, Rio de Janeiro...
Num estalo, o ministro deduziu que Cuéllar o estava cumprimentando pelo bicampeonato da escola de samba Beija-Flor.
Natural de Sabará (MG), Pertence virou-se para um brasileiro que o acompanhava e disse:
-Vou levar a idéia a Minas e fundar a Unidos do Colibri!


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