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Jobim pede à FAB relatório sobre documentos
Intenção é mostrar que Aeronáutica cumpriu determinação de encontrar e reunir papéis da ditadura
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Defesa, Nelson
Jobim, pediu ontem ao Comando da Aeronáutica para lhe
enviar um histórico das medidas tomadas para recolher os
documentos sigilosos da época
da ditadura (1964-1985) nas
unidades da Força Aérea, até o
encaminhamento do material
para o Arquivo Nacional.
A intenção de Jobim é dar
entrevista ou divulgar nota hoje, mostrando que a Aeronáutica cumpriu a determinação da
Defesa de encontrar e reunir
em Brasília os documentos.
Não está claro, porém, porque
só agora, em 2010, houve o envio para o Arquivo Nacional.
Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" publicada no
domingo mostrou que mais de
50 mil documentos de 1964 a
1985 foram enviadas ao Arquivo Nacional. Há fichas pessoais,
relatórios de monitoramento,
instruções a militares e papéis
da guerrilha do Araguaia.
Quando a Defesa primeiro
exigiu os documentos, no primeiro mandato do presidente
Lula, a FAB disse que haviam
sido destruídos num incêndio
no aeroporto Santos Dumont
(RJ) em 1998.
Em 2004, apareceram documentos semidestruídos na Base Aérea de Salvador. A suspeita foi a de que teriam sido queimados pelo comando da base.
Inquérito Policial Militar concluiu que foram "plantados" ali.
A FAB alega que o então comandante, brigadeiro Luiz
Carlos Bueno, publicou no
"Diário Oficial da União" a criação de comissão para procurar
o material sigiloso nas unidades militares. Em 24 de julho
de 2009, a Procuradoria-Geral
da Justiça Militar enviou ofício
ao atual comandante, brigadeiro Juniti Saito, pedindo acesso
aos documentos e criou grupo
para estudá-los. A Aeronáutica
foi a única das três Forças a responder ao ofício. Exército e
Marinha não se manifestaram.
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