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Para Diolinda, mudança "não adianta"
em Teodoro Sampaio
Os principais dirigentes do MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) no Pontal do
Paranapanema não conhecem a
virtual presidente da UDR e dizem
"ignorar" a entidade.
"Quem? Não conheço, nunca
ouvi falar", disse José Rainha Júnior, líder do movimento, ao ser
perguntado se já ouvira falar de
Tânia Tenório de Farias.
Para Rainha, "a UDR já morreu".
"O que existe é meia dúzia de fazendeiros atrasados, armados e
neofacistas", afirmou.
Outra dirigente do movimento,
Diolinda Alves de Souza, mulher
de Rainha, disse que o MST simplesmente "ignora" a UDR.
"Falar em UDR é perda de tempo. O desespero deles é tanto que
querem colocar uma mulher para
mudar a imagem, mas não adianta. A entidade nasceu não prestando e continua não prestando."
A dirigente disse também desconhecer a candidata a presidente da
UDR. "Fazendeiro a gente não conhece. Se fosse sem-terra, a gente
saberia quem é", afirmou.
Rainha considera que a fase mais
difícil do MST no Pontal do Paranapanema, no extremo oeste de
São Paulo, já foi superada. Seu plano pessoal e político é atuar nas regiões Nordeste e Norte do país.
"Gosto de começar o novo. Aqui
no Pontal minha missão já está
cumprida. Falta desenvolver projetos econômicos, mas isso já está
bem encaminhado com nossos
técnicos", disse.
No final do mês, ele viaja para o
Ceará para se inteirar da realidade
fundiária do sertão. O plano, no
futuro, é trabalhar no sul do Pará.
"É uma questão de consciência,
de entender que não vou ficar apegado a um lote de terra. Tenho
meu irmão, minha família, que
cuidam da terra. Quero contribuir
com a experiência que tenho para
ajudar o país a avançar."
Rainha credita às pressões do
MST o avanço da reforma agrária
no país. Para ele, o governo federal
não tem projeto de reforma agrária. "O que existe é uma política de
distribuição de terras."
Ele acha que no Pará, especialmente, deve enfrentar situações de
conflito. "Queria, com o pouco
que tenho de vida, ajudar os trabalhadores a avançar sem violência,
sem perda de vidas. Esse é meu sonho."
(EDMILSON ZANETTI)
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