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Jarbas hesita em ser vice de Serra
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PERNAMBUCO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador de Pernambuco,
Jarbas Vasconcelos (PMDB), está
reavaliando sua intenção de ser
vice na chapa do pré-candidato
do PSDB à Presidência, José Serra,
depois de sofrer pressões dos partidos aliados no Estado (PMDB,
PFL, PSDB e PPB) para que não
aceite o convite.
A Agência Folha apurou que,
além das pressões, existe outro fator determinante para a reavaliação: a falta de consenso em torno
de seu nome dentro do PMDB nacional. Até ontem à noite, Jarbas
não havia decidido.
Ontem, Jarbas cancelou quase
toda a agenda e passou o dia reunido com assessores. O ministro
Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário), que almoçou com o
governador, disse que "Jarbas parecia preocupado". Jungmann
confirmou que os aliados estavam
tentando convencer Jarbas a não
aceitar o convite de Serra alegando que ele é o único nome capaz
de vencer a eleição no Estado.
Do PFL ao PMDB, o argumento
é o mesmo: uma chapa com Mendonça Filho, atual vice, para o governo e o vice-presidente Marco
Maciel para o Senado é "vulnerável" eleitoralmente. Nas eleições
municipais, a oposição ganhou a
Prefeitura de Recife.
Dois exemplos são lembrados: o
de Pimenta da Veiga (PSDB), que
deixou a Prefeitura de Belo Horizonte para concorrer ao governo
de Minas, e o de Waldir Pires
(PT), que saiu do governo da Bahia para ser vice na chapa de Ulysses Guimarães em 1989.
Ambos foram bem votados para os cargos nos quais se encontravam, a exemplo de Jarbas, que
teve mais de 1 milhão de votos do
que o segundo colocado para o
governo de Pernambuco. Os dois
passaram a enfrentar dificuldades
eleitorais após abandonarem ao
meio seus mandatos.
Ontem à tarde, Jarbas estava
amargurado, segundo correligionários que estiveram com o governador, pressionando-o para
que ele concorra à reeleição.
De um Estado periférico, Jarbas
avaliava que compor a chapa com
Serra seria uma oportunidade
única para ele na política nacional. E que dificilmente essa oportunidade se repetirá em sua trajetória política.
Jarbas deve esperar uma decisão do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), possivelmente para hoje, sobre a possibilidade de governadores se licenciarem, antes de
anunciar sua decisão. Em princípio, para concorrer a um mandato diferente, os governadores teriam de renunciar. O TSE deve dizer se eles podem se licenciar agora e depois decidir se renunciam
ou se voltam ao governo.
A consulta interessa também a
Roseana Sarney (PFL-MA), que, a
exemplo do que acontece com
Jarbas, gostaria de esticar o prazo
de decisão para junho, mais próximo das convenções partidárias
para definir os candidatos.
A aceitação do convite era vista
como certa e admitida até pelo
próprio governador. Jarbas havia
declarado que só aceitaria ser candidato a vice se conseguisse manter a união na sua base.
(FÁBIO GUIBU E RAYMUNDO COSTA)
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