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Fim de garimpo deixa cidade abandonada
DO ENVIADO A NORTELÂNDIA (MT)
A praça central de Nortelândia (240 km a oeste de
Cuiabá) está sempre vazia. O
casarão em um dos cantos
anuncia compra de ouro e
diamantes, mas há muito
tempo está fechado. O estabelecimento ao lado cai aos
pedaços. Já foi um dia uma
loja de eletrodomésticos.
Há dez anos, a cidade tinha
cerca de 15 mil habitantes.
Hoje tem 6.200, segundo o
último censo, mas não mais
de 5.000, de acordo com seus
moradores.
O êxodo coincidiu com a
falência do garimpo da região, e não é difícil encontrar
quem use a Camargo Corrêa
como um bode expiatório
conveniente.
"Uma potência dessas tinha que gerar pelo menos
uns mil empregos", diz Valdemar Silva, dono do Mercado do Centro-Oeste.
Segundo o IBGE, 48% da
população do município vive
abaixo da linha da pobreza.
Apenas 16% das residências
da cidade têm acesso a esgoto tratado.
Recentemente, a pacata cidade passou a conviver com
um aumento repentino no
número de suicídios. Nos últimos dois anos, foram cinco
casos, sendo a maioria por
enforcamento.
"São geralmente garimpeiros que perderam seus empregos e não têm perspectiva
de trabalho. Do desemprego
passam ao alcoolismo, e então para as drogas", afirma o
investigador da delegacia de
polícia local.
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