São Paulo, terça-feira, 02 de maio de 2006

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Ato da Força Sindical critica Lula; CUT apóia

DA REPORTAGEM LOCAL

A comemoração do Primeiro de Maio em São Paulo organizada pelas duas principais centrais sindicais de trabalhadores, a CUT e a Força Sindical, foi transformada ontem em ato político e antecipou a polarização prevista para as eleições de outubro entre PT e PSDB.
Na CUT (Central Única dos Trabalhadores) houve direcionamento de discursos na defesa da gestão Lula e da reeleição do presidente. Já na Força Sindical, fortes críticas ao governo federal.
Esses posicionamentos políticos trouxeram, até, duas versões para a situação econômica do país. Se para o Paulinho da Força "nunca teve tanta gente desempregada e a renda nunca caiu tanto", para o presidente do PT paulista, Paulo Frateschi, na CUT, "esse é o ano em que aconteceu a maior transferência de renda para as mãos dos trabalhadores".
Um dos discursos mais críticos na CUT foi o do presidente do PC do B, Renato Rabelo, que chamou o pré-candidato do PSDB Geraldo Alckmin de "tucanozinho" e "almofadinha". "Esse tucanozinho [Alckmin] aí, candidato, anda falando que é necessário um choque de gestão. Lula respondeu muito bem. Isso é coisa de burocrata, isso é coisa de almofadinha, de gente desligada do povo. É necessário choque de inclusão social."
Rabelo já havia feito, na semana passada, uma defesa pública do governo Lula após encontro com o presidente do PT, Ricardo Berzoini, com representantes do movimentos sociais, como a UNE (União Nacional dos Estudantes) e o MST (Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Ontem, o presidente da central, João Felício, pregou a união entre os movimentos para manutenção do governo Lula. "Os movimentos sociais têm que continuar unidos e organizados. É a CUT junto com a UNE, a CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), o MST e o que há de mais ético na vida política nacional."
Para a CUT e UNE, o evento de ontem foi o "marco" para a mobilização dos movimentos, que deve ter seu grande ato em junho. Para a secretária de política sindical da CUT, Rosane Silva, é momento de manifestar as preferências políticas. "Não vamos ter vergonha de dizer, a partir de hoje, nós votamos no companheiro Lula."
"Esse é o recado da coordenação dos movimentos sociais, do povo brasileiro: se querem guerra, se querem luta, nós temos preparado", disse a vice-presidente da UNE Louise Caroline.
(ROGÉRIO PAGNAN, CATIA SEABRA e CLÁUDIA ROLLI)


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