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Ato da Força Sindical critica Lula; CUT apóia
DA REPORTAGEM LOCAL
A comemoração do Primeiro de Maio em São Paulo
organizada pelas duas principais centrais sindicais de
trabalhadores, a CUT e a
Força Sindical, foi transformada ontem em ato político
e antecipou a polarização
prevista para as eleições de
outubro entre PT e PSDB.
Na CUT (Central Única
dos Trabalhadores) houve
direcionamento de discursos na defesa da gestão Lula
e da reeleição do presidente.
Já na Força Sindical, fortes
críticas ao governo federal.
Esses posicionamentos
políticos trouxeram, até,
duas versões para a situação
econômica do país. Se para o
Paulinho da Força "nunca
teve tanta gente desempregada e a renda nunca caiu
tanto", para o presidente do
PT paulista, Paulo Frateschi,
na CUT, "esse é o ano em
que aconteceu a maior
transferência de renda para
as mãos dos trabalhadores".
Um dos discursos mais
críticos na CUT foi o do presidente do PC do B, Renato
Rabelo, que chamou o pré-candidato do PSDB Geraldo
Alckmin de "tucanozinho" e
"almofadinha". "Esse tucanozinho [Alckmin] aí, candidato, anda falando que é
necessário um choque de
gestão. Lula respondeu muito bem. Isso é coisa de burocrata, isso é coisa de almofadinha, de gente desligada do
povo. É necessário choque
de inclusão social."
Rabelo já havia feito, na semana passada, uma defesa
pública do governo Lula
após encontro com o presidente do PT, Ricardo Berzoini, com representantes
do movimentos sociais, como a UNE (União Nacional
dos Estudantes) e o MST
(Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Ontem, o presidente da
central, João Felício, pregou
a união entre os movimentos para manutenção do governo Lula. "Os movimentos
sociais têm que continuar
unidos e organizados. É a
CUT junto com a UNE, a
CGTB (Central Geral dos
Trabalhadores do Brasil), o
MST e o que há de mais ético
na vida política nacional."
Para a CUT e UNE, o evento de ontem foi o "marco"
para a mobilização dos movimentos, que deve ter seu
grande ato em junho. Para a
secretária de política sindical
da CUT, Rosane Silva, é momento de manifestar as preferências políticas. "Não vamos ter vergonha de dizer, a
partir de hoje, nós votamos
no companheiro Lula."
"Esse é o recado da coordenação dos movimentos
sociais, do povo brasileiro:
se querem guerra, se querem
luta, nós temos preparado",
disse a vice-presidente da
UNE Louise Caroline.
(ROGÉRIO PAGNAN, CATIA SEABRA e CLÁUDIA ROLLI)
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